Diego Mendonça Domingues é Engenheiro civil, formado pela Universidade Federal do Paraná. Pós-graduado em administração tributária e integrante do levante popular da juventude e publica sua coluna todas terças-feiras, no Portal Comcafé.

Neste instante em que os Jogos Olímpicos estão em voga não nos cabe tergiversar – virar de costas – o Campeonato Brasileiro de Futebol, ainda um dos melhores do mundo principalmente devido ao seu equilíbrio, pois enquanto muitos campeonatos europeus têm vários resultados elásticos e os primeiros colocados da tabela ganham praticamente todos os jogos abrindo uma distância considerável para o segundo escalão aqui é comum os times das últimas posições vencerem os das primeiras. Esse equilíbrio se mostra mais uma vez em 2016. Após 20 rodadas, a diferença entre o 1º e o 8ª colocado não chega a 10 pontos, da mesma forma que não chega a 10 pontos a diferença entre a 9ª e a 19ª colocação.

O América-MG, lanterna, é a única equipe que se mostra consideravelmente mais fraca que as demais, e apesar de uma vitória simples contra o Santos na penúltima rodada (sendo que a equipe da Vila Belmiro estava na liderança naquele momento) não deve escapar do rebaixamento.

Começando a análise, então, debaixo para cima na tabela, alguns clubes demonstram realmente que vão acabar brigando para não se despedirem da elite do futebol brasileiro este ano. O Santa Cruz vem de maus resultados e nas últimas 5 rodadas só conseguiu somar 2 pontos, o que lhe custou muitas posições e agora lhe rende a vice lanterna do campeonato. Com Doriva no comando técnico da equipe as coisas tendem a melhorar, entretanto o time pernambucano não pode deixar outras agremiações se distanciarem neste momento. O Cruzeiro, que vem logo acima, faz uma das campanhas mais vergonhosas de sua história. Com apenas 20 pontos em 20 jogos (5 vitórias, 5 empates e 10 derrotas) Mano Menezes tem o dever não apenas de tirar o time da zona de rebaixamento, mas também de recuperar o bom futebol da Raposa. Um pouco mais à frente o Internacional também precisa provar à sua torcida que tem uma equipe capaz de estar melhor posicionada, pois perdeu o rumo do meio para o final do primeiro turno e está em franca decadência na tabela. Celso Roth teve sua reestreia com derrota para a Chapecoense e terá muito trabalho pela frente.

Figueirense, Coritiba, Vitória e Botafogo não fazem campanhas muito boas há tempos. O Coxa passa por dificuldades para manter-se na Série A não é de hoje e existem apostas de que neste ano o time do Alto da Glória vai cair.

O São Paulo destoa dos outros três grandes do futebol paulista. Faz uma campanha mediana com resultados muito irregulares. Enquanto Palmeiras, Santos e Corinthians brigam na frente da tabela, o Tricolor do Morumbi vem de uma derrota em casa para o Botafogo num jogo o qual poderia ter vencido. O time não deve emplacar.

Logo acima Sport, Chapecoense (surpreendentemente regular este ano), Fluminense, Ponte Preta e Atlético-PR brigam para manter-se perto dos líderes e tentarem abocanhar uma vaga na Libertadores. Não perder pontos contra times mais fracos fará a diferença para essas equipes.

Finalmente, a partir da sexta posição, na qual se encontra o Flamengo (34 pontos), e na sequência até a liderança: Corinthians (34), Atlético-MG (35), Grêmio (35 e um jogo a menos), Santos (36) e Palmeiras (39); a briga é pelo título. Aqui os confrontos diretos serão determinantes para os clubes, e derrotas bobas ou em casa não devem ser mais consideradas.

Os mais entendidos apontam o Santos Futebol Clube como o grande favorito para levantar a taça este ano, por ter um elenco forte – manteve a regularidade mesmo com 3 titulares na Seleção Olímpica inclusive freando a ascendência do Atlético-MG com uma vitória espetacular por 3 a 0 na “Vila Mais Famosa do Mundo” no último domingo, um treinador competente, e uma torcida que faz a diferença especialmente em casa.