As eleições presidenciais dos EUA em 2016: Trump, Sanders e Hillary Clinton

Diego Mendonça.Diego Mendonça Domingues é Engenheiro civil, formado pela Universidade Federal do Paraná. Pós-graduado em administração tributária e integrante do levante popular da juventude. Todas as quintas-feiras, publica sua coluna no Portal Comcafé.

Os três candidatos que protagonizaram as prévias americanas, Donald Trump pelo Partido Republicando e Bernie Sanders e Hillary Clinton pelo Democratas, fazem da eleição presidencial de 2016 dos EUA uma eleição histórica.

Sanders, o qual se reivindica socialista, apesar de derrotado nas prévias soprou um fôlego de esperança à milhões de estadounidenses e cidadãos globais ao demonstrar a força de um projeto que vive nas mentes e corações de boa parcela da população mundial. Mostrou que o projeto que combate a insustentabilidade do planeta, que comprova que a educação deve ser universal e direito público, que entende a posse de armas como um debate longe de se esgotar, que observa que a negritude nunca deverá ser esquecida e o qual recebeu doações de indivíduos e não vendeu sua campanha, é real. Bernie Sanders, apesar de sair derrotado nas urnas, vence ideologicamente em muitos países do globo, pautando, por exemplo, salários mínimos maiores e a distribuição de riquezas democrática. Colocando o bipartidarismo como um instituto antiquado, sintetiza opiniões diversas e não faz do mundo uma dicotomia sem fim. Outro exemplo que ressoa a voz do o ex-presidente Mujica do Uruguai, o qual disse que quem quer ser rico não deve ser político, é Sanders ter dito que prefere a classe econômica como opção de viagem. O que significa Bernie Sanders? O que significa dizer que devem ser retiradas as tropas da Síria, e que a invasão do Iraque não deveria ter acontecido? Precisamos entender Sanders.

Do outro lado, diametralmente oposto, e candidato à presidência, está Donald Trump. Nova Iorquino bilionário, o candidato representa o que há de pior nas forças imperialistas internacionais. Para ele, os EUA precisa de mais guerra para que com o lucro delas melhor se sustente os de dentro da nação. É preocupante para o seu próprio partido sua candidatura. Sua estratégia de polemizar com tudo e com todos rendeu-lhe comparações com o estereótipo dos velhos “brancos velhos com raiva”. Com propostas do tipo construir um muro na fronteira com o México e barrar a entrada de muçulmanos no país o asqueroso racista candidato Republicano tem votos, e muitos votos, muito justamente pelo ódio que propaga. Ódio aos trabalhadores, amor aos rentistas. Seu discurso ultraconservador ganhou espaço aos poucos, e agora o mundo, e os EUA, tem muito a temer. O que significa Trump ainda receber tantos votos? O que significa o patriotismo ser deturpado a ponto do ódio estar descarado? Precisamos entender os eleitores de Trump.

Por fim, Clinton. Não Bill, Hillary. Diferentemente de Trump o qual nunca ocupou cargo público, Hillary já foi senadora de Nova Iorque e secretária de Estado de Barack Obama, seu principal cabo eleitoral. O atual presidente, que derrotou Hillary nas primárias em 2008, mestre em conciliações, disse que Sanders tornou Hillary uma candidata melhor. O que de fato ocorre, e é verdade, é que os eleitores de centro-esquerda tendem a votar na primeira candidata mulher à Presidência.

Essas eleições americanas são históricas. O protagonismo do Democrata está se colocando como verdadeiro no cenário político americano, e o mundo está se colocando verdadeiramente num pedido: não, Trump.

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