Comércio reabre em Laranjeiras do Sul, mas consumidores mantêm espírito de resguardo do Covid-19

A movimentação mais intensa foi registrada nos bancos. No comércio, alguns consumidores até apareceram, mas apenas para pagar crediário, sem espírito para fazer novas compras.

Ao acompanhar a reabertura do comércio, nesta terça-feira (07), depois de quase um mês de quarentena em prevenção à Covid-19, a reportagem de Comcafé ouviu comerciantes e consumidores, e estes relataram que ainda não estão com disposição de voltar a consumir normalmente, exceto em relação aos itens essenciais.

Para a gerente de loja do ramo de cosméticos, Roberta Correia, a expectativa é de que, com os devidos cuidados, os consumidores retornem à normalidade. “Ao mesmo tempo em que as pessoas estão com receio de sair de casa, é importante que estejamos atendendo, pois em função de tudo isso, elas também querem se cuidar e até se descontrair, se agradar”, disse Roberta.

A consumidora Jéssica de Melo, entrou numa loja de calçados, apenas para pagar uma parcela do crediário. Ela disse que apesar de ser vendedora e compreender a importância do giro no comércio, vai se manter em alerta com relação à novas compras. “A gente fica insegura em gastar com novas aquisições. Só mesmo o que é essencial, mercado e coisas assim”, disse Jéssica. Já Sinara, gerente da loja em que Jéssica estava, disse que a expectativa é de que os clientes voltem aos poucos, e que o fato do comercio abrir para receber as vendas do crediário, já é importante para o setor.

Consumidora Jéssica de Melo e a gerente de loja, Sinara.
Consumidor Adir Kuniski e empresária Ezilda Stel

Já o consumidor Adir Kuniski que comprava roupas para ele e para a filha, disse que está se comportando normalmente. “Fiquei muito assustado no começo. Até larguei um trabalho que estou tocando em Santa Catarina e vim pra casa, ficar com a família. Mas agora já estou preparado e vou voltar ao trabalho, porque se tiver que pagar isso aí, a pessoa vai ter que encarar. Mas claro que tem que se cuidar para não pegar”, reforçou. A dona da loja Ki barato, Ezilda Mara Stel, que atendia Adir, disse que o movimento dos clientes foi, predominantemente, para pagar o crediário. “Os clientes tem vindo só para pagar. A gente tenta vender mais, mas eles não estão comprando”, afirmou Ezilda.

Daniel do espaço alimentício A Fornalha.

Já o empresário Daniel do ramo de alimentos, que há dois anos veio do Estado do Amazonas e fez investimentos e dois segmentos, em Laranjeiras do Sul, disse que mesmo não tendo fechado seu estabelecimento do ramo alimentício, seguramente, o impacto do Covid-19 atingiu seus negócios em 90%. “Embora a gente não tenha fechado, o tombo foi grande, porque no auge da prevenção a clientela não veio. Então, tivemos uma repercussão grande. Ainda mais que assumimos este ponto recentemente, o investimento já tinha sido feito. Mas, mesmo com tudo isto, as expectativas são boas”, avalia o empresário.

Família de Rio Bonito do Iguaçu, enquanto almoçava, durante passagem por Laranjeiras do Sul para fazer compras.

Aproveitando para almoçar juntos, a família que mora no interior de Rio Bonito do Iguaçu, saiu no primeiro dia de abertura do comércio em Laranjeiras do Sul, mas para comprar apenas o essencial. Eles disseram que no interior, o isolamento não é sentido da mesma forma que na cidade. “A gente já vive mais afastado de outros moradores. Então, seguimos trabalhando no campo e a convivência com os vizinhos acontece da mesma forma, mais a distância. E sobre a doença mesmo, a gente sente que é hora de ter cautela. hoje saímos para fazer compras de mercado, só”, disse uma integrante da família.

A perigosa sensação de que em Laranjeiras do Sul não há perigo

O elegante casal que disse ter 99 e 82 anos e não estar preocupado em andar pelas ruas, porque em Laranjeiras não tem Coronavírus.

Outra constatação da portagem é de que o fato do município de Laranjeiras do Sul ainda não ter nenhum caso de Coronavírus confirmado, soa para alguns como “não haver perigo” . Foi o que disse um dos idosos,  que  não quiseram se identificar, e que andavam tranquilamente pelas ruas da cidade, sem máscaras. Quando perguntados se não teriam preocupação com o contágio do Coronavírus, manifestaram orgulho pela idade (ela 99 e ele 82), mas disseram que não havia perigo em saírem de casa e passearem pela cidade, porque em Laranjeiras a doença não chegou: “Aqui em Laranjeiras não tem isso. Por isso estamos fazendo o que é preciso fazer na rua”, disse o homem, com assentimento da mulher, enquanto ambos disseram com orgulho, terem a mencionada idade e boa saúde.

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