Criança morre de Pneumonia não identificada pelos médicos e característica da doença teria sido confundida com agressão

O Hospital São Lucas informa que está coletando informações com os profissionais envolvidos e que abriu sindicância interna para apurar os fatos.

A primeira imagem de Pietro foi registrada pela mãe, na quinta-feira, anterior a sua morte, pela manhã. A segunda, foi feita por familiares, logo após o óbito, ainda no hospital.

De acordo com os pais de Pietro Tonatto de um ano e dois meses, morto na madrugada da última sexta-feira (14), vítima de choque séptico, oriundo de Pneumonia – conforme atesta o parecer do médico legista do Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava, Eric Diegues – no prontuário do Hospital São Lucas, de Laranjeiras do Sul, as características da doença foram confundidas com agressão familiar.

Os pais da criança, Cleidiane Barbosa e Fernando Tonatto, contam e apresentam documentos comprovando que o primeiro atendimento foi feito na tarde da quinta-feira (13), pelo medico Paulo S. B. Peres, no município de Rio Bonito do Iguaçu, que de acordo com eles, receitou medicação para resfriado (expectorante e controlador de febre).

Como Pietro, além de não apresentar melhoras, parecia estar ainda mais doente, os pais o levaram perto da meia noite do mesmo dia, até o Hospital São Lucas, que prestava o atendimento de plantão pelo serviço público, naquele dia. Lá, foram atendidos pelo médico Ricardo M. K. Sugumati, que receitou medicação para dor e resfriado, tendo dito, segundo a mãe, que suspeitava de Meningite.

Os pais relatam que seguiram atentos, mas ao chegarem em casa perceberam que a criança não apresentava melhoras. Pelo contrário. Sentiam que o quadro piorava. Até que já na madrugada de sexta, ao constatarem que a respiração de Pietro ficava lenta, saíram novamente aflitos, rumo ao hospital. “Quando chegamos na altura da Farmácia do Tchuco, eu já percebi que ele cerrou os dentes e a respiração estava parando. O pai acelerou ainda mais. Mas quando chegamos no hospital, mesmo havendo algum movimento no peitinho, após um tempo, nos disseram que já estava em óbito”, conta a mãe.

A família se diz indignada tanto pela não identificação da doença e pelo fato da criança não permanecer internada, não dando tempo para um socorro adequado, o que consideram erro médico, como pela acusação, segundo eles, de agressão familiar. Argumentam ainda que o hospital, ao não identificar a doença, confundiu os sintomas da mesma (que começaram na altura do peito) uma vez que a liberação das toxinas que levam ao choque séptico, danificam a pele, causando  sinais como edema e inchaço, além de outros, com agressão.

“Mesmo apontando no prontuário que meu filho tinha sofrido agressão, o hospital não o estava encaminhando para o IML. Quem solicitou fomos nós. Caso não tivéssemos feito isto, não bastasse a dor indescritível que estamos sentindo, não saberíamos a causa morte e certamente eu ou nós responderíamos por um crime que jamais, cometemos. Tanto que o legista me disse que parecia que criávamos o Pietro dentro de uma bolha, pois ele não tinha nenhum arranhão”, destaca o pai, dizendo que ainda quando aguardava o carro do IML para acompanhar o corpo, recebeu uma ligação do delegado de polícia solicitando sua presença na delegacia.

Família não tem acesso imediato ao prontuário do atendimento

Na manhã desta terça-feira (18), o pai Fernando Tonatto, solicitou uma cópia do prontuário do atendimento feito ao seu filho, no referido Hospital. Mas foi informado de que teria de preencher uma requisição do documento que pode demorar até 30 dias para ser liberado, pois esse tipo de documento é encaminhado para auditoria em Guarapuava.

Nota do Hospital São Lucas

“O Centro Médico Hospitalar São Lucas informa que uma sindicância interna foi aberta para apurar os fatos, estamos coletando informações com os profissionais envolvidos. Nos solidarizamos com a dor da família, mas precisamos ser cautelosos neste momento, para não condenar ninguém antes dos fatos serem concluídos.

Diretor Clínico Jairo Leonel de Carvalho Filho”

Todos os atendimentos foram feitos pelo serviço público do Sistema Único de Saúde (SUS). Tanto na Unidade de Atendimento em Rio Bonito do Iguaçu, como no Hospital São Lucas de Laranjeiras do Sul.

 

 

4 comentários sobre “Criança morre de Pneumonia não identificada pelos médicos e característica da doença teria sido confundida com agressão

  1. O Hospital deveria rever todo atendimento do plantão, em minha família tem um caso parecido com este de a pessoa ir consultar 3x no plantão durante o final de semana e depois no primeiro dia útil após pagar a consulta para mesmo médico que foi encaminha a paciente para o São Vicente em Guarapuava não havendo mais nada a fazer, tbm entrou em óbito . Pena a família não ter feito nada, mas o médico tbm errou no diagnóstico da paciente.

  2. Na minha opinião(já sabendo que não vai mudar em nada) acho que o hospital além de abrir uma sindicância para investigar esse caso, deveria rever como um todo o quadro de funcionários do hospital porque já ouve outros casos de descaso por parte de médicos e enfermeiras e até um óbito por erro médico, que eu conheço a falimia.
    São muitas reclamações em redes sócias, comentário nas postagens, a insatisfação do povo é visível e do outro hospital não é assim.
    Gente por favor vamos ser mais humanos

  3. Realmente ha um descaso com a saude publica. Nesse mesmo hospital minha mae levou 3 HORAS pra ser atendida no plantao gritando de dor devido a uma ulcera no estomago e a doutora ainda dis q as dores eram de uma gripe q ela tava e q nao era urgente por isso a demora. Pura incompetencia. Um absurdo!!!!

  4. Que vergonha, que médicos são esses, estudaram pra matar?
    E se a família não fosse atras, seriam condenados. Por um erro do “médico” Affff

Deixe um comentário para Aletéia de Oliveira Cancelar resposta

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.