Luciana volta a criticar medida equivocada de Bolsonaro que impacta a produção de leite

Em pronunciamento nesta segunda-feira (18), na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), a deputada estadual Luciana Rafagnin voltou a criticar a decisão equivocada do governo de Jair Bolsonaro em insistir na derrubada das sobretaxas para importação do leite da União Europeia e da Nova Zelândia. Na semana anterior, representantes do governo chegaram a declarar para a imprensa que voltariam atrás nessa medida, o que não se confirmou. “O governo agora diz que só vai voltar atrás nessa medida se houver uma ‘invasão’ do produto no nosso país. Lamento que seja assim”, disse Luciana.

Ao derrubar a proteção que foi erguida para evitar uma concorrência desleal desses produtos, que entram no Brasil com preços atrativos e em prejuízo ao leite da da nossa agricultura familiar, por serem subsidiados nos seus países de origem, o governo de Bolsonaro agrava a situação do setor produtivo ao longo da cadeia do leite, que já vinha sendo penalizado pelos baixos preços pagos aos produtores. A preocupação motivou uma audiência pública em Francisco Beltrão na última sexta-feira (15), que reuniu representante dos municípios do Sudoeste do Paraná, dada a importância da renda do leite na economia regional.

O Sudoeste é a principal bacia leiteira do Estado em volume de produção. São mais de um bilhão de litros de leite produzidos por ano, fruto do trabalho em aproximadamente 30 mil pequenas propriedades sudoestinas. “O leite é importante no sustento das famílias e agora essa renda está sendo ameaçada. Por isso, não podemos minimizar o impacto dessas medidas desastrosas e que aumentam a desesperança das pessoas, sem saberem o que vai acontecer no dia de amanhã”, afirmou a deputada Luciana.

A deputada lembra que o Sudoeste tem sentido o impacto das medidas e dos anúncios do governo Bolsonaro também na avicultura, com riscos à produção de frangos na região, e que, recentemente, o fechamento de unidade de abate de peru também representou um baque na economia da região, inclusive pela perda de empregos diretos gerados pela atividade. “Mais de 400 famílias, que produziam em regime de integração para a BRF, perderam de uma hora para outra sua importante fonte de renda”, comentou.

Luciana destacou em seu pronunciamento ainda que outra ameaça à população pobre, em especial a dos pequenos municípios do interior, virá da Reforma da Previdência proposta pelo governo federal. “Toda e qualquer ação ultimamente, vem no sentido de prejudicar a agricultura familiar, seja na retirada do subsídio da energia elétrica, na derrubada das sobretaxas para importação do leite, na questão da avicultura ou da Previdência Social”, disse. “O comércio local vai sentir muito o reflexo dessas ações e medidas nocivas aos interesses do povo, dos nossos agricultores e dos pequenos municípios do estado, que são muito dependentes do aumento da renda no bolso da população”, concluiu.

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