O desafio do educador no mundo tecnológico

elcio2Elcio de Bona – Professor de Filosofia e atualmente diretor Colégio Estadual Gildo Aluísio Schuck – é colunista quinzenal do Portal de Notícias Comcafé, discorrendo sobre Educação e outros temas da atualidade.

Não muito distante da atualidade, os valores morais da sociedade estão perdendo seus princípios, e a educação é o assunto do momento.

O filosofo alemão Nietzsche(1844-1900) nos alerta uma crise, um processo de falência generalizada do sentido que o homem agrega à vida e ao mundo, manifestando-se num niilismo, cuja bagagem comporta em si um gigantesco processo de esvaziamento da vida e dos valores humanos.

Com o avanço tecnológico as informações educacionais são rápidas e da fácil acesso, mas na maioria das vezes não e utilizada com eficiência.

O jovem, nesse caso perde seu leme, os valores tradicionais; e o que ocorre é apenas um esvaziamento de sentidos. Simplesmente a vida e seus significados já não dizem mais as mesmas coisas que outrora diziam. As profecias de Zaratustra, (obra da filosofia alemã Nietzsche) fermente asseguram: “tenho ,eu porventura –ainda uma meta? Um porto para o qual ruma minha vela? Uma bom vento? Ah , somente quem sabe para onde vai sabe, também, que vento é bom e favorável á sua navegação. Que me restou, ainda? Um coração cansado e atrevido […]onde está – o meu lar?’’

De acordo com Aristóteles, em sua obra ética a incômodos, a excelência intelectual é um processo educativo e formativo que adquirimos com o tempo. Mas, hoje será que esse processo de excelência é eficiente? (‘proposto ou escolhido’’). Confúcio(551 a . c -479 a.c) nos alerta a um imprescindível retorno á tradição para que as virtudes ainda sejam cultivadas.

Assim, na educação, a virtude da excelência deve ser retomada antes que o niilismo predomine refletindo, objetivamente, na juventude contemporânea. Quando a virtude do compromisso, do respeito e da educação se manifesta no comportamento, ela se torna um reflexo de si aos outros , e , assim a sociedade se transforma com os valores que estão no lemes do niilismo.

Por isso não podemos matar nosso Deus, nossos valores. Nosso deus, nossos valores. O que causa isso e justamente a desilusão, a desvalorização dos sentidos éticos. Desta forma e, em especial, refletida na juventude, a educação intelectual, tomada por um espirito de ilusões efêmeras , reinventa um mundo, cuja projeção estanca-se para além do mundo das realidades.

E, a banalização e a instrumentalização do mundo, do bem, do justo e do belo , dos reais valores cuja raiz está sedimentada na virtude, dão vazão aqueles ‘’valores’’ palpáveis e passiveis de posse, encontrados nas vitrines dos comércios e das lojas, objetivados na busca de uma vida de experimentações e prazeres efêmeros (passageiros) e (dir-se-ia, também) irresponsáveis ,cujo maior sentimento esta calcado numa vida digna de artificialidade.

Diante de tamanha mutação na forma de proceder e de pensar deste mundo que se revela continuamente, tem-se claramente (não menos que) duas perspectivas contrarias , a saber: a daqueles que se asseguram da educação formal imposta pela tradição, e que vêem o movimento niilista como crise; e a daqueles que colocam como engrenagem nacional e formadora da grande maquina e do desenvolvimento tecnológico e vêem no niilismo a possibilidade de um desafio digno do tamanho dos nosso sonhos e anseios por um mundo mais humano (ainda que o próprio humano deva ser re-conceituado).

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