Precisamos Conversar Sobre a Tireóide

Eliane Beê Boldrini é Graduada em Psicologia, Mestre e Doutora em Educação. A partir deste domingo (23), escreverá quinzenalmente para Comcafé sobre os temas de de seu conhecimento, começando por cuidados com a saúde, área na qual, a partir do viés da Psicologia, vem se especializando, sobretudo no campo da prevenção de doenças. 

 

A tireóide é uma glândula em forma de borboleta localizada na base do nosso pescoço. E se vocês nunca ouviram falar dela, saibam ser este o órgão que regula todo o nosso organismo. Mas, infelizmente, as pessoas estão ficando doentes e morrendo por causa da tireóide. Essa é uma afirmação do médico, especialista na medicina preventiva, que cuida de mim, o Dr. Verde.

Na minha família quase todos temos a tireóide com sérios problemas para produzir os hormônios que regularizam o metabolismo e, portanto, todos os órgãos de nosso corpo, a saber: os hormônios T4 e T3. Mas se, por acaso, alguém da família não tem problemas da tireóide é apenas porque não sabe que não tem, pois nunca fez um exame para medir o hormônio TSH, que avalia se é a tireóide ou a hipófise que está produzindo tais hormônios, ou um exame de T4 livre. Quiçá o exame do hormônio que efetivamente é responsável pelo equilíbrio do organismo, o T3 livre, pois esse a maioria dos endocrinologistas nunca pedem, dizem ser inútil, pois não contribui no diagnóstico. Como assim não contribui? Não é esse o hormônio que regula nosso metabolismo e com ele tudo o que nos mantém vivos e saudáveis?

Minha mãe, Lidia Beê Boldrini, faleceu do coração porque durante anos não conseguia regularizar a pressão arterial. Na verdade desde minha infância lembro dela tomando todo tipo de chás para a pressão; lembro das dificuldades que teve em emagrecer e das oscilações emocionais que ela mesma não controlava. Todos eram sintomas de hipotireoidismo.

Ah, em tempo, ela tomava remédio para a tireóide, um daqueles que todos que são diagnosticados com hipotireoidismo tomam, o hormônio sintético T4: Puran, Euthyrox, levoid e Synthroid, são os medicamentos comercializados cujo principio ativo é a Levotiroxina sódica ou L-tiroxina (T4).

Contudo, o tratamento não serviu para nada além de matá-la do coração e enriquecer a indústria farmacêutica, pois nunca regularizou seu metabolismo e com ele a pressão arterial. Sendo assim, é correto afirmar que minha mãe ficou doente e morreu por causa da tireóide, embora o diagnóstico tenha sido por falência do coração. Em verdade, ela ficou cardíaca por causa da tireóide.

Minha irmã, Vanize Beê Boldrini, tem sérios problema de enxaqueca, é professora. Imagine o sufoco ter que dar conta de 40h/aula semanais com enxaqueca? Nem consigo imaginar! Anos e anos, tentando de tudo: acumpuntura, ozonioterapia, massagens, dietas, plantas, medicamentos e até reza para curar e nada. A dita cuja vai e volta sempre!

Eu digo a ela, trate da tireóide que você resolve o problema da enxaqueca. Ela responde: mas o medico especialista disse que minha tireóide está normal. Normal com TSH acima de 4 miliunidades gramas? Essa é a tragédia da população, os valores de referencia do TSH. Ora, os médicos e pacientes atualizados sabem que o normal do bom funcionamento da tireóide os valores do hormônio TSH ficam entre 0,1 a 1 miliunidades gramas. Acima disso não é mais a tireóide quem está produzindo os hormônios T4 e T3, mas a hipófise.

Afinal, quem tem valores tão baixos do TSH na população mundial? Provavelmente os povos mediterrâneos que se alimentam bastante de produtos do mar e, portanto, não têm deficiência de iodo para a tireóide funcionar, como os japoneses por exemplo.

Nós brasileiros temos muita deficiência de iodo e não temos cultura de repor desde a infância para salvar a tireóide na adultice. Todos os dias eu dou iodo e iodeto manipulados para meu filho de 10 anos, mas tenho duvidas se não comecei tarde. Não se iludam o iodo acrescentado ao sal da cozinha é mínimo e ainda o desperdiçamos cozinhando e assando os alimentos.

Entretanto a tireóide não depende só do iodo para ser saudável, ela precisa de selênio, de zinco, de cobre entre outros microminerais essenciais para a nossa saúde. Portanto, a saúde de nossa tireóide depende fundamentalmente da boa e equilibrada alimentação e claro, do controle do estresse. |Ou seja, precisamos também dormir bem e fazer exercícios de forma regular. Chegamos, então, na fonte da juventude: boa alimentação, bom sono e exercícios físicos. Quem faz isso hoje em dia?

Tratar da tireóide é um processo complexo que precisa de especialista na área médica que a entenda de forma integrada com o funcionamento de nossa fisiologia como um todo e poucos médicos têm essa formação. Em geral são aqueles que se especializaram na medicina ortomolecular, na medicina integrativa e na medicina antienvelhecimento ou preventiva.

Sendo que os tratamentos integram reposições de microminerais, iodo/iodeto e hormônios da tireóide, T4 e T3 idênticos ao natural, também conhecidos como bioidenticos. Ou seja, não são hormônios sintéticos e o tratamento não é tão somente a reposição do hormônio T4, como minha mãe tomou durante anos e só serviu para enriquecer a industria farmacêutica, como já afirmamos, porque nunca regulou nada no organismo dela ou de qualquer um que faça esse tratamento, pois o paciente continuará com os mesmos sintomas que serão agravados com o tempo até a falência de algum órgão e conseqüente óbito.

Não escrevemos sobre o hipertireoidismo que é a tireóide superproduzindo hormônios por motivos diversos. Esse difere do hipotireoidismo pelos sintomas e também resultados dos exames, pois o hormônio TSH aparece muito baixo e o T3 livre alto.

O hipertireoidismo é como um carro desgovernado, qualquer hora pode acontecer um acidente fatal. O tratamento exige mais que reposições como no caso do hipotireoidismo, pois precisa controlar a tireóide, não para voltar ao normal porque dificilmente isso irá acontecer. Apenas para que o paciente chegue ao nível do hipotireoidismo para então fazer reposições. Complexo, não?

Uma forma das pessoas saberem se têm hipotireoidismo sem fazer exames laboratoriais é conhecer sua temperatura basal e isso é muito simples. O medico Alexandre Feldman orienta em seu blog (https:www.enxaqueca.com.br/blog/hipotireoidismo/) que basta ter um termômetro em casa e tirar a temperatura na hora em que acordar, antes mesmo de abrir os olhos.

Coloque na cabeceira da cama uma caneta e um papel ao lado do termômetro. Quando sente que está acordando pegue o termômetro, tire a temperatura e anote durante uma semana. Ao final some tudo e divida pelo número de vezes em que tirou a temperatura e terás a média, se for significativamente abaixo de 36,5 ºC, seu metabolismo está baixo e você está com problemas na tireóide.

E agora José? Procure um médico com formação nas áreas que descrevemos acima para cuidar de você.

 

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