Programa de Desenvolvimento Econômico da Cantuquiriguaçu deve agregar sustentabilidade socioambiental

Como entidade voltada ao apoio de micro e pequenas empresas, o foco do Sebrae é no crescimento econômico da região Cantuquiriguaçu. No entanto, os eixos social e ambiental foram colocados em pauta por alguns integrantes do grupo para a construção do Programa de Desenvolvimento Regional para os próximos três anos.

Encontro regional no Território Cantuquiriguaçu, para elaboração do Programa de Desenvolvimento Regional.

A Construção de um programa de desenvolvimento regional, englobando todos os municípios do Território Cantuquiriguaçu, que começou em 2015, teve prosseguimento nesta quinta-feira (24), em dia de trabalho realizado nas imediações da ACILS – Associação Comercial de Laranjeiras do Sul, onde o principal envolvido na atividade, o Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa, agora conta com um escritório local.

Facilitadores.

A primeira etapa da construção desse programa que planeja ações para até 2020,  e que conta com grande adesão de entidades, empresas e poder público, iniciou com uma visita ao sistema de associativismo no Pais Basco (Espanha), cujo objetivo foi conferir as possibilidades de um modelo cooperativo que fortalece uma território, uma vez que essa região da Espanha, se tornou referência de sustentabilidade econômica – de acordo com o gerente da regional Oeste, do Sebrae-PR, Orestes Hotz – tendo sofrido menos os reflexos da crise mundial.

Além do País Basco, as lideranças regionais que compuseram a caravana inicial, rumo à construção do referido programa, também visitaram diversas localidades e cidades brasileiras, onde o cooperativismo/associativismo é mais forte, no sentido de conhecer e ver que é possível um modelo “desenvolvimentista”, conforme reforçam, o que no entendimento do grupo, dará mais visibilidade e força ao conjunto de municípios. “Não faltam experiência bem sucedidas de regiões muito desenvolvidas, cujas lideranças entenderam a importância da sinergia que é o esforço em conjunto. Porquê, quando a região vai bem, o município também vai. E o contrário também acontece”, destacou Orestes Holtz

Dificultadores.

O trabalho de construção do cronograma para o Programa de Desenvolvimento do Território Cantuquiriguaçu, teve atribuições tomadas pelos protagonistas envolvidos, subdivididas em eixos, como prioridade para se chegar ao objetivo, a partir do fomento às cadeias produtivas do Leite, peixe, gado de corte, madeira e erva-mate. Além do Sebrae, houve grande participação da Emater, UFFS e empresas de Economia Mista, entidades liberais, representantes de empresas privadas, assim como de pessoas físicas, ficando a desejar a participação dos gestores públicos dos municípios, inclusive de Laranjeiras do Sul, sede do evento, não havendo participação de titulares ou representantes.

Facilitadores e dificultadores

Como uma das discussões em grupo, houve a montagem de painéis por diferentes grupos, onde 1 e 2, identificaram facilitadores para que o programa de desenvolvimento venha a se consolidar, atendendo ao que hoje é um sonho para os habitantes do território, e os grupos 3 e 4, identificaram dificultadores para tal.

Como fatores facilitadores, a identidade territorial, o potencial produtivo, geográfico e de recursos naturais foram os mais destacados. Já como fatores que causam barreiras, cujos setores responsáveis  precisam ser sensibilizados, figuram: a ausência de participação do poder público (prefeitos), nesse fórum de discussão, ingerências Institucionais, Falta de ambição (querer que o seu município seja o melhor) de uma competitividade saudável, falta de regulamentação sanitária, ideologia de interesses individuais e falta de representatividade política nas esferas Estadual e Nacional, uma vez que não há deputados estadual e federal, com origem no território.

Na sequencia essas hipóteses sentidas e manifestadas pelos participantes foram cruzadas, de forma que fossem confirmadas ou eliminadas, prevalecendo o essencial para que o território Cantuquiriguaçu, encontre o caminho de desenvolvimento, sendo ressaltado por alguns dos participantes que o anseio não é apenas por crescimento econômico. Mas sim que essas melhorias sejam com vistas também numa perspectiva social e ambiental, pois do contrário não pode ser considerado desenvolvimento sustentável, e sim crescimento econômico. “Quando falamos em desenvolvimento  sustentável, a questão econômica/monetária, já está contemplada. Se ainda acrescentarmos o termo econômico, estão estamos dando mais ênfase para o crescimento. E isso desequilibraria a ideia de sustentável “, ressaltou a estudante do curso de Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável da UFFS, Grasieli de Fátima Rode.

O diretor do Sebrae disse que o desenvolvimento só se estabelece de fato quando caminha junto com a valorização social. No entanto, destaca que não há como desenvolver e manter qualquer projeto socioambiental sem o aporte financeiro. “Nesse sentido, é preciso que demos ênfase aos avanços econômicos, para que possamos fazer investimentos em projetos sociais, de fato relevantes”, completou Hotz.

A partir desta etapa, os grupos de trabalho passam a realizar reuniões semanais, contando com a participação e apoio do Sebrae, para que o programa seja implementado.

Cronograma de representação das entidades responsáveis pelo desenvolvimento dos eixos já identificados como prioritários.

 

 

 

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