A prioridade são as 13 famílias que foram expulsas de suas casas pelos índios. Mas outras 26 famílias do Rio Quati, foram as que demonstraram maior interesse em fazer parte de novos assentamentos da Reforma Agrária e poder acessar perto de R$ 68,5 mil em credito , boa parte a fundo perdido.

famílias aguardam por nova reunião de encaminhamento com o Icra.
famílias aguardam por nova reunião de encaminhamento com o Icra.

Uma segunda extensa reunião na Câmara de Vereadores de Laranjeiras do Sul, nesta sexta-feira (11), durante a qual agricultores da localidade de Passo Liso puderam dar continuidade à discussão iniciada ontem (10), expondo o drama que vivenciam – 13 famílias por terem perdido suas casas, e mais cerca de 160 delas, por se sentirem ameaçadas – uma reunião mais específica com no Incra, deu alguns encaminhamentos.

O encaminhamento da Funai e Incra, ainda preliminar é no sentido de atualizar o cadastro, com prioridade às 13 famílias que foram expulsas pelos índios, cujas áreas permanecem ocupadas. Dessas 13, apenas três participaram da reunião no Incra, com presença da Funai. Muitas delas são influenciadas por outros proprietários, principalmente aqueles que têm áreas maiores, a resistirem e não negociarem.

A proposta da Funai, em relação à ressarcimento ou indenização, é apenas das benfeitorias, que serão reavaliadas para atualizar a proposta que há dois anos, era de aproximadamente  R$ 37 mil, contam as famílias. Pelas terras, os agricultores receberiam da união, caso entre em vigor uma Pec que tramita na câmara e senado, determinando que os atuais proprietários de áreas que foram denominadas como indígenas pela União, possam receber ou não, pois há duas fortes correntes, uma a favor, outra contra. Independente do tamanho da propriedade que possuem hoje, na área indígena, o que receberiam em assentamento é entre 4 e 7 alqueire, dependendo da utilidade da área.

Reunião no Incra de Laranjeiras do Sul, com agricultores do passo Liso.
Reunião no Incra de Laranjeiras do Sul, com agricultores do passo Liso.

Para aqueles que questionaram o fato de ter feito plantações financiadas, os representantes do Incra e Funai, garantiram que é dado um prazo de cinco meses para deixar a área, tempo que também consideram suficiente para colher a plantação.

Já as 26 famílias do Rio Quati, que também estão dentro da mesma área, demonstraram interesse em aceitar a proposta, “desde que a gente fique todos numa mesma área, pois acima da terra, somo uma comunidade que cresceu junto e que todos são amigos”, condiciona o agricultor Nivaldo Onetta.

Antes da primeira reunião do dia, uma comitiva de representantes do Incra, Funai, Polícias Militar e Civil, acompanhados do secretário de Assuntos Fundiários do Governo do Estado, Hamilton Serighelli, foram até Passo Liso, conversar com os índio, que assumiram o compromisso de não ocupar mais nenhuma propriedade, desde que essas 13 famílias que já saíram não voltem. Esse acordo daria uma segurança maior para que os demais agricultores sigam trabalhando nas propriedades, enquanto a desapropriação ocorre com mais tempo.

1ª reunião do dia, na Câmara de Vereadores.
1ª reunião do dia, na Câmara de Vereadores.

A intenção do Incra, que diz acreditar numa tramitação rápida para a aquisição das áreas da Manasa em Porto Barreiro e Slavieiro em Laranjeiras do Sul, próximo ao Assentamento 8 de Junho, é de que tanto as 13 famílias desabrigadas, como as 26 do Rio Quati, sejam integradas nesses dois novos assentamentos.

 

 

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