Alunos de mestrado e graduação da UFFS conhecem na prática, as potencialidades e desafios da Agroecologia

“Aqui vocês podem ver que a agroecologia tem desafios, mas também que não é apenas um modelo romantizado”, enfatiza Leila Maria Rita, produtora agroecológica, no Assentamento Contestado, na Lapa/PR.

Uma viagem para conhecer os experimentos em Sistemas Agroflerestais  (SAFs) da Epagri – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (em Caçador) – mantida pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, dentre outras instituições – estendida até a Lapa – onde os alunos puderam conhecer as práticas agroecológicas na produção de alimentos – seguida de visita ao CPRA – Centro Paranaense de Agroecologia, possibilitou uma imersão dos estudantes, que ouviram técnicos, produtores e tiraram dúvidas sobre a viabilidade da agroecologia como modelo produtivo em potencial.

Esta foi a  vigem idealizada e acompanhada pelo Prof. Julian Perez, que ministra as disciplinas de Sistemas Agroflorestais para as turmas de graduação em Agronomia com Linha de Formação em Agroecologia, e Sistemas Agrosilvipastoris para as turmas de Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável.

Para o professor,  o importante é que os estudantes vejam na prática as vantagens e desafios dos SAFs. “A ideia da viagem de estudos é mostrar os resultados, mas também os desafios da implantação de sistemas agroflorestais na prática. Por isso visitamos desde áreas experimentais até agricultores que estão trabalhando com SAFs na prática. Isso motiva o aluno, mostra os resultados positivos da atividade e quais os desafios que estão colocados para eles enquanto futuros profissionais da área. A assimilação é variada, dependendo do interesse de cada estudante, mas é fato que, ao visitar estas iniciativas, o/a estudante volta com uma visão prática da implantação e viabilidade dos SAFs.

“As visitas feitas nas propriedades nos mostram como a teoria tem várias formas de aplicabilidade na prática, sendo fazendo ajustes devido as necessidades, local, solo, clima, relevo de cada propriedade, que uma nunca é igual a outra. O CPRA e a Embrapa Florestas, abriu nossos olhos com relação a importância da diversificação de sistemas em uma mesma área de cultivo, enfatizando o uso de espécies nativas e de métodos naturais de manejos. Revendo tudo o que foi estudado, nos deixa animados em ver como um sistema é capaz de se sustentar sozinho, e ainda o ser humano tirar proveito disso não só em particular mas em visão ambiental também”, comenta a aluna de Agronomia, Vanessa Gomes de Amorim.

“É fantástico observar o potencial transformador das agroflorestas e da agroecologia na prática, nos corações e nas mentes dos envolvidos com o tema. Seja no Assentamento Contestado ou na Embrapa Florestas, não resta dúvida de que a revolução será Agroflorestal, ou não será .” Destaca o mestrando Cássio Batista Marcon.

Na Epagri, os estudante puderam conhecer variados os SAFs experimentais de Agroflorestas. Tanto visando o cultivo da erva mate sombreada como a produção de frutíferas, em consórcios com espécies nativas presentes no biossistema daquela região.

No Assentamento Contestado, as práticas já consolidadas, visam a produção de alimentos como hortaliças, frutíferas e grãos, especialmente numa parte da área,  chamada Agrovila, em que famílias assentadas produzem para venda nos programas PAA e Pnae, por meio da cooperativa, além de cestas que são entregues diretamente para consumidores de Curitiba e feiras livres.

O CPRA, criando em 2006, onde os estudantes fizeram a última visita de estudos da viagem, além dos exemplos de produção agroecológica animal e vegetal, tem uma simbologia especial pelo fato de representar um experimento viabilizado pelo Estado. Uma demonstração de política pública voltada para um modelo ambiental que visa preservar e avançar tecnologicamente por meio de uma grande variedade de experimentos, conforme destaca a agrônoma Simone Richter.

“O CPRA para nós que nos dedicamos à produção com preservação ambiental e desenvolvimento de soluções que favoreçam esse modelo, é um sonho. Constatamos que as soluções de forma não poluente são possíveis para cada problema que surge, e claro, que as tecnologias podem ser cada vez mais desenvolvidas e aprimoradas em favor de um modelo que se prova viável tanto na pratica como em resultados”, conclui Simone.

Confira imagens das visitas à Epagri, Assentamento Contestado e CPRA, durante a viagem de estudos:

SAFs de Agrofloresta em consórcio com erva mate, na área experimental da Epagri.
Visita à propriedade do Sr. Luiz no Assentamento Contestado.
Visita à propriedade do casal Israel e Leila, no Assentamento Contestado.
Visita ao CPRA, em Curitiba.
Portal de acesso ao CPRA.

 

 

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