Apoiadas por diversas instituiçoes, agricultoras do MST protestam contra reforma da previdência

O tema que tem sido pauta recorrente, por atingir a todos pela revogação de direitos, em especial à aposentadoria, foi intensificado no Dia Internacional da Mulher

Entrega de documento ao servidor da Previdência Social.

Perto de 300 pessoas, maioria mulheres vindas dos assentamentos e acampamentos do MST na região, realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira, em frente à Agencia do INSS (Previdência Social) de Laranjeiras do Sul, quando entregaram um documento a ser direcionado à instância Máxima do órgão, contendo reivindicações e a insatisfação com a reforma da previdenciária, em andamento.

Para marcar o ato, as mulheres fizeram uma caminhada, saindo de frente do Santuário de Aparecida, na entrada da Cidade, passando pela Rua XV  de Novembro, se concentrando em frente à Previdência Social, na Av. Santos Dumont. Além de discursos das representantes de instituições parceiras, as mulheres entregaram um documento ao servidor da Previdência Social, Carlos Eduardo Pavinato, que se encarregou não só em digita-lo e enviar eletronicamente à chefia da Regional em Cascavel, para que chegue às instâncias máximas, como também enviar pelo correio.

As mulheres se revezaram em discursos bastante marcantes e bem fundamentados, em relação à  passividade que não pode acontecer, num momento de retrocesso de direitos. “Infelizmente, no século 21, ainda estamos atrás dos homens em relação aos direitos. O direito de se manifestar, de ter igual salário pelo mesmo trabalho, assim como de progredir nas instituições. Isto não ocorre só no Brasil. Em 2016, estrelas de hollywood protestaram contra a discriminação das mulheres também no meio delas. Ainda há muito o que avançar por igualdade”, disse a professora e membro da Comissão de Direitos Humanos da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Nádia Teresinha da Mota Franco.

“Estamos neste ato, lutando contra a reforma da previdência, assim como pela igualdade de direitos e contra o racismo”, disse a modelo e atris, Jaires Gomes, que atualmente vive em São Paulo, mas é filha de assentados de Rio Bonito do Iguaçu, e contou que veio ajudar o pai a colher milho e feijão.

Também da UFFS, as professoras Eloá Gehlen, representante do Sinduffs e Luciana Enrique do Comitê Territorial de Mulheres da Cantu, participaram do ato. “O objetivo aqui é de nos manifestar contra o retrocesso de direitos com a reforma da previdência e evidenciar a necessidade do debate contra a violência doméstica”, disse Eloá. “A necessidade de intensificarmos a luta contra as ameaças às nossas conquistas acaba sendo muito forte nas mulheres. Principalmente, pelo zelo com todos o demais membros da família e a preocupação com os filhos. Pois estes ainda não pensam na aposentadoria, mas serão os mais atingidos”, destaca Luciana.

“Não podemos aceitar as injustiças de joelho. É preciso se levantar e lutar.” ressalta a agricultora Doriane Bortoluzzi, do Movimento dos Atingidos por Barragens, finalizando com a palavra de ordem: ” Quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede”.

Entrega de alimentos trazidos pelas produtoras familiares dos assentamentos.

As mulheres trouxeram alimentos que foram entregues à presidente do Conselho da Mulher de Laranjeiras do Sul, Terezinha Penafiel, que se encarregou de entregar à secretária de Educação, Assistência Social, Cultura e Esporte, que também é presidente do Provopar, no município, Eliza Gemelli.

 

 

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.