Convênio entre Assiscop e hospitais encerrou nesta quarta: Não acordo devalores deixa população sem atendimento e secretário pede demissão

Enquanto não há definição de nova adesão dos hospitais à Assiscop, a população pode contar com as garantias do contrato firmado entre Estado e hospitais, que assegura o atendimento 24 horas, a urgências e emergências.

Usuários do SUS de Laranjeiras do Sul, Porto Barreiro, Rio Bonito do Iguaçu, Virmond, Marquinho e Nova Laranjeiras, que até ontem tinham atendimento de urgência e emergência e outros, diretamente nos hospitais São Lucas e São José, de Laranjeiras do Sul, ambos recebendo repasses desses municípios, através da Associação Intermunicipal de Saúde do Centroeste do Paraná (Assiscop), ficarão parcialmente sem os serviços.

A falta de consenso entre a entidade que representa as prefeituras no referido convênio e Hospitais, por uma diferença de aproximadamente R$ 8 mil, a ser dividido entre os seis municípios, gera uma queda de braço, que já devia ter sido solucionada, uma vez que o contrato venceu nesta quarta-feira (15).

De acordo com Wanessa Plakitkem, responsável técnica da Assiscop, os hospitais têm até o próximo dia 20 para participarem do edital que se encontra publicado, prevendo um repasse mensal de R$ 41.067, valor acima dos atuais R$ 40.625, que recebem atualmente. Mas por meio de conversas e ofícios, os hospitais anteciparam que o valor seria insuficiente, e exigem o pagamento mínimo de mensalidade de R$ 45 mil mensais, cada um, para segundo eles, cobrir os custos operacionais dos plantões.

A diretora administrativa do Hospital São Lucas, Aline Ganzmusse, disse que a posição dos dois hospitais são idênticas e que não renovarão o convênio, caso a Assiscop não chegue no valor que possa custear os plantões. “Assim como para a população, para os hospitais também não será interessante a não renovação, pois prevemos até ter de enxugar quadros e demitir funcionários, por não poder contar mais com esse repasse”, relata.

Questionada sobre a razão dos hospitais exigirem que a Assiscop mantenha o custeio do plantão, uma vez que o mesmo atende toda demanda do hospital, Aline diz que os atendimentos de urgência e emergências, hoje já não são custeados pela Assiscop e sim pelo Sistema Único de Saúde. “Esse tipo de atendimento, continuaremos a prestar, pois temos um contrato com o Estado. Já os demais atendimentos de livre demanda que a população busca aqui, por comodidade, hábito e até por falta de médicos nas unidades de saúde, estes deixarão de ser feitos”, explica.

O secretário de Saúde de Laranjeiras do Sul, Valdecir Valick disse, na terça-feira (14) não ter recebido nenhum comunicado dos hospitais, de que não participarão da licitação. “Espero que os hospitais sigam prestando os serviços à população. O prazo ainda vai até dia 20”, disse Valick, reforçando que os municípios não tem orçamento para pagar o que querem os hospitais. No entanto, durante uma reunião entre o presidente da Assiscop, Valdemir Scarpari e vereadores, da qual participou também o secretário de Saúde, Valdecir Valick, este anunciou que está deixando a pasta.

O impasse – Durante a sessão na Câmara de Vereadores, de segunda-feira(13), após o presidente da casa, Darci Massuqueto, levantar a questão, dizendo que não sabia se os valores eram elevados ou insuficientes, mas que a população não poderia arcar com o impasse, a vereadora Ivone Portela fez uma intervenção defendendo os municípios.

“Sou da área da Saúde, venho acompanhando esse caso e precisamos deixar claro que não se trata de indisposição dos municípios em investir na saúde, mas dos hospitais em estarem exigindo uma quantia que está sendo possível pagar”, ressaltou a vereadora.

Ivone disse ainda que se houver uma insistência dos hospitais em não renovar o convênio, deixando a população na mão, pode ser que uma alternativa interessante venha a acontecer. A de transformar a Unidade Central de Saúde de Laranjeiras do Sul, em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas.

Os demais municípios, ainda não se manifestaram, embora seja certo que aqueles com grande densidade populacional, como é o caso de Rio Bonito do Iguaçu, que recebe milhares de famílias nos novos acampamentos do MST, também será atingido.

 

 

 

 

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