A insatisfação é constatada por comentários de munícipes em postagens da imprensa local e na página oficial da Câmara Municipal.

Os Projetos de Lei que prevêm o aumento dos salários do prefeito, vice, secretários e vereadores, que foi aprovado por 8 votos a favor e 5 contra, em primeira discussão na última quarta-feira (27), e que terá a segunda discussão na próxima quarta-feira (03), têm sido comentados como excessivos pela população, tanto nas postagens da imprensa local como da Câmara de Vereadores.

Em nota à RPC, de acordo com a reportagem veiculada nesta quinta-feira (28), a assessoria do prefeito disse que o aumento é necessário para balizar o salário de servidores como médicos, uma vez que de acordo com a assessoria de imprensa, os salários de servidores não podem ultrapassar a 80% do salário do prefeito.

De fato, o salário dos médicos são inferiores ao do prefeito, como se pode aferir na última folha de pagamento, disponível na página da transparência, mantida pela prefeitura. Enquanto o prefeito tem um salário bruto de R$ 22.244,00, recebendo R$ 16.450,44 líquido, os médicos com maiores salários têm R$ 18.301,02 bruto, recebendo R$ 11.441,22 líquido, por 40h semanais.

No entanto, o fato dos salários dos demais servidores públicos estarem bastante defasados, mesmo com promessa de reposição para 2022, causou descontentamento, sobretudo na população que  sente mais a alta nos preços por todos os fatores da atualidade, que vão desde a pandemia até a condução de Estado mínimo, posta pelo governo Bolsonaro. Tanto que a tônica dos comentários é : se o salários deles está baixo, imaginem o nosso”. Nesse sentido, é repudiante para a população, o fatos da preocupação de aumento dos salários ter como prioridade os salários mais altos e não os mais baixos, dando origem a comentários como os seguintes:

“Querem sempre colocar mais peso nas costas do trabalhador Pobre, e continuar mantendo vida boa esses políticos!”, publicou a internauta Clau Gonçalves.

“Enquanto professor em fim de carreira 2.140,00 reais, vergonha e decepção “, disse Eliane, outra internauta. “Não há como justificar o injustificável.

Poupe nos“,, protestou Claudineia Souza.

Os munícipes voltam as criticas principalmente aos vereadores que aprovaram o projeto em 1ª discussão, dentre eles, Tarso Campigotto, que sendo do Partido dos Trabalhadores, acompanhou os vereadores Valmir Trindade (Sete), Darci Massuqueto, Valeide Scarpari, Tarso Campigotto, Ney Becker, Carlos Alberto Machado Magrão, Ivoldonir Panatto, e Celso Azevedo.

Já, os vereadores Joel Demétrio, Hallison Galvan, Rodrigo Sheis, Juvinha Viola e Admilson Morais, vem recebendo elogios por terem votado contra o aumento.

Sobre o voto favorável do vereador Tarso, a presidente do PT, Rosangela Rodrigues disse que o diretório ainda não se reuniu para debater o tema, o que fará logo após o feriado, antecipa.

Mudança no comportamento do legislativo 

É fato, que o PL do aumento de salários do alto escalão do município, causou uma ressurreição do legislativo, que passou a ter  posicionamento diverso de parte dos vereadores. Até então, havia um tom de aliança indissolúvel entre executivo e legislativo, o que vinha sendo constantemente exposto pelo presidente da Câmara, Vereador Magrão, como de grande importância. “Temos aprovado todos os projetos do executivo por unanimidade. Antes, era uma mania de muita discussão, que não era interessante”, disse o vereador na sessão do dia 30 de agosto.