Medicina Chinesa: seu foco principal é na prevenção de doenças

O objetivo não é apenas tratar da doença e sim evitá-la. No entanto, saúde é menos rentável do que doença.

A terapeuta integrativa, Juliana Matos Oliveira, em atendimento.

As técnicas milenares da medicina tradicional chinesa precisam de muito pouco recurso para serem implementadas, têm grande aceitação do público e para quem não conhece, tem por finalidade cuidar do todo, integrando corpo, mente e energia.

Quando se fala em medicina chinesa, a primeira ideia que se tem é sobre a técnica da acupuntura com agulhas, cuja finalidade é estimular pontos neurológicos e sensoriais com terminologias externas, provocando reações internas no organismo. Mas existe uma infinidade de outras técnicas.

A terapeuta integrativa, Juliana Matos Oliveira, que há dois meses veio de Aracaju para Laranjeiras do Sul, estuda a medicina chinesa desde 2012, e conta que ficou surpresa com a aceitação e procura do público laranjeirense pela terapia integrativa. “Laranjeiras me recebeu de braços abertos. Estou muito feliz com o público daqui. Alguns já conheciam a prática da acupuntura como terapia e já tinham experimentado, através de profissionais que passaram por aqui. Outros vêm, experimentam e seguem com os tratamento, não só fazendo sessões, mas cuidando de si no dia a dia, com mudanças na alimentação, respiração e pensamentos”, ressalta a profissional, explicando sobre a importância de desenvolver um olhar mais orgânico a respeito de si próprio, mais respeitador não só com a nossa essência divina, mas com o ambiente como um todo.

De acordo com Juliana, é importante saber diferenciar comida de alimento. Os fundamentos da dietética chinesa também são discutidos no tratamento, trazendo a importância de não se alimentar somente de comida, mas desenvolver uma respiração mais consciente e estar atento a qualidade dos pensamentos. Ainda conforme explica a terapeuta, por termos um olhar sobre nós tão fragmentado, na maioria das vezes não se relaciona quais são as reais necessidades de nutrição do nosso organismo. “Se alimentar é diferente de comer. Alimento nutre, comida mata a fome.”

A não regulamentação prática da medicina chinesa no Brasil

Desde a década de 70, a Organização Mundial da Saúde vem recomendando o uso da acupuntura e outras técnicas associadas, aos seus países membros. Muitos países vêm realizando a regulamentação da prática da acupuntura e o perfil de profissional exigido para tal, varia de país para país, sendo que, em parte deles é necessária a formação em medicina ocidental como principal requisito. No Brasil, a acupuntura é considerada uma especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina, o qual defende a exclusividade de sua prática por médicos. Entretanto, conselhos de outras categorias profissionais de saúde também reconheceram a acupuntura como especialidade. Desta maneira, esta tem sido exercida por uma gama variada de profissionais que inclui acupunturistas com formação no exterior, práticos com formação em cursos livres no Brasil, técnicos e especialistas em acupuntura.

Para Juliana, a acupuntura destoa do que está hegemônico como prevenção ou cura, principalmente, por conta da indústria farmacêutica. É uma medicina que precisa de poucos recursos para gerar saúde, diferente da medicina convencional que precisa de um arcabouço de exames e medicamentos. Mas pontua: “Eu não desconsidero a importância que a medicina convencional tem. Acho que ela realmente salva vidas, mas não é a única forma de se buscar a saúde. Apenas sou reticente a alguns tipos de conduta. E isso não é ser contrário. Penso que tanto na Medicina convencional como chinesa a conduta humana do profissional é que precisa ser soberana. Às vezes para prender o paciente, aplica-se condutas que não são muito respeitosas com as pessoas, mas isso não é regra. Inclusive penso que não é uma escolha maniqueísta, é possível lançar mão das duas possibilidades quando se tem consciência do que cada uma representa”, comenta Juliana.

Os fundamentos da medicina chinesa

Resumidamente, a medicina chinesa tem uma base sólida que é fundamentada no conceito de yin yang, que abrange a teoria dos cinco elementos representados na alternância manifestada nos ciclos de mudanças na natureza que regulam a vida na terra. Esses elementos são representados pela Água, Madeira, Fogo, Terra, Metal, como forças naturais, que integrados, determinam o ciclo natural e dinâmico da vida.

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