Médicos Populares oficializam núcleo em defesa do SUS, no Paraná

No 1º encontro, participaram representantes de Laranjeiras do Sul, Francisco Beltrão, Marechal Cândido Rondon, Ponta Grossa, Mandirituba e Guarapuava.

1º encontro de médicos populares do Paraná.
1º encontro de médicos populares do Paraná.

Durante a primeira reunião que oficializou a criação da rede de Médicos Populares no Paraná, realizada no último sábado (12), em Guarapuava, os primeiros oito profissionais médicos que aderiram ao movimento em defesa do Sistema único de Saúde (SUS), que já tem visibilidade nacional, definiram os pontos em que a pauta se fundamenta e estabeleceram cronograma de ações  para o início de 2016.
De acordo com o grupo, que tem como representação no núcleo nacional, o médico Alvino Camilo de Laranjeiras do Sul, a Rede de Médicas e Médicos Populares nasce da necessidade de se fazer um contraponto à ofensiva conservadora também no setor saúde e tem como missão ajudar a tecer um campo de unidade em defesa do SUS e do direito à saúde do povo brasileiro, bem como a conscientização sobre o uso adequado dos bens e serviços de saúde pública”, destacou Camilo, que trabalha nas articulações para formação e ampliação do grupo.
Como estrutura de apoio e conexão nacional, o grupo conta com o portal Saúde Popular, organizado e mantido por um grupo de médicos de várias cidades do país, que promove o debate sobre a saúde pública no Brasil.
O médico Dr. Antenor, de Guarapuava, também integra o grupo e falou sobre a importância de se construir uma cultura de que o médico é um servidor não mais importante que os demais, fazendo um contrapondo ao que chama de “medicina centrada no médico”.
O grupo também debateu a importância de se conscientizar a população para a importância do fortalecimento dos Conselhos Municipais de Saúde, que são deliberativos, mas que em quase todos os municípios se encontram sob o controle dos gestores políticos, ficando omissos da principal razão de existir, que é a representação popular.
“É preciso contarmos com mais profissionais médicos na rede de Médicos Populares, e que estes integrem os conselhos”, reforçou Camilo.
O impacto negativo da não conscientização popular
Um exemplo comum de falta de consciência popular – que resulta em mau uso do dinheiro público, enfraquecendo o SUS – relatado pelo grupo, é o alto índice de atendimentos a noite, nos hospitais conveniados, chegando a 80 por noite num determinado hospital, quando de emergência, são apenas 10. “A população tem uma ideia imediata de que se o hospital é conveniado, ela tem direito a ser atendida a noite por qual seja o motivo. Isto também não é deixado claro pelos gestores e acaba que as unidades de saúde que mantêm seus quadros na maioria das vezes de forma custosa para o município, fica folgada durante o dia, gerando um gasto extra pelos atendimentos que o hospital contabiliza sendo levado em conta também na hora de fechar o contrato com o município.
“Essa é uma frente que só os médicos populares vão fazer, pois dificilmente a categoria médica como um todo, defende o SUS. A lógica é mercantilista e enfraquecer o SUS, significa fortalecer o interesse das clínicas particulares”, comenta a médica Neusa da Silva, de Ponta Grossa.
A excesso do uso de medicamentos, cada vez mais intensivo tanto na pratica da receita médica quanto no hábito da população, também é ponto de discussão da rede de Médicos Populares.

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