Moro adia depoimento de Lula para 10 de maio

Em despacho publicado na manhã desta quarta-feira (26), o juiz Sérgio Moro decidiu adiar para o dia 10 de maio o depoimento do ex-presidente Lula como réu da Lava Jato. Inicialmente, a audiência estava marcada para 10 de maio, mas a Polícia Federal e a Segurança Pública do Paraná pediram o adiamento e alegaram precisar de mais tempo para organizar um esquema de segurança.

Isso porque, inúmeros protestos, a favor e contra Lula, serão realizados em Curitiba no dia do interrogatório. No despacho, Moro afirmou que as manifestações são permitidas, desde que pacíficas. Ele já esperava protestos para o dia do interrogatório por se tratar de uma personalidade política, líder de partido e ex-presidente da República. O juiz, no entanto, destacou que atos violentos precisam ser controlados. Justamente para evitar possíveis tumultos, ele decidiu adiar o depoimento.

No dia da audiência, só poderão entrar na sala, por questões de segurança, o Ministério Público Federal, os advogados de Lula, da Petrobras e dos demais réus. Nesta quarta-feira, o juiz interroga mais três acusados do mesmo processo: os ex-diretores da OAS Fábio Hori Yonamine, Paulo Roberto Godilho e Roberto Moreira Ferreira prestam depoimento. A audiência será presencial na sede da Justiça Federal do Paraná e começa às 14h. Os executivos não são delatores e podem ficar em silêncio. Eles respondem lavagem de dinheiro.

O processo apura irregularidades na compra e na reforma de um triplex no Guarujá. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o imóvel era da família de Lula e foi reformado pela OAS com dinheiro desviado da Petrobras. A obra no triplex, incluindo a compra de móveis e eletrodomésticos, teria custado cerca de dois milhões e 400 mil reais. Na semana passada, em depoimento a Moro, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, confirmou que o apartamento pertencia a Lula.

O ex-presidente Lula nega as acusações e diz que o apartamento não era dele. Na sexta-feira, outros dois réus do processo serão ouvidos pelo juiz: Agenor Magalhães, ex-diretor da OAS, e Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.

Repórter Tabata Viapiana da Rádio CBN

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