Quanto custa para arrumar o carro dela?

Porque o DIM, não se restringe à tratamento especial às mulheres apenas num dia, enquanto são subjugadas, exploradas e assediadas no resto do ano.

Por ocasião do 8 de março, DIM – Dia Internacional da Mulher, é importante lembrar que uma das frequentes queixas das mulheres, de abusos machistas, é a diferença de preços que oficinas mecânicas costumam praticar para reparos em carros de mulheres e homens.

“Eu costumo dizer que preciso de um pintinho emprestado, quando tenho problemas no meu carro”, brinca uma motorista que relata já ter pago caro em reparos e acessórios para o carro, pelo fato de ser mulher. “Outro dia o rapaz da oficina queria me vender duas lanternas para o carro, sendo que sempre comprei individual. Aí voltei lá, acompanhada de meu pai, e a versão foi totalmente outra. Não só vendia avulsa como era mais barato”, completou.

Não bastassem os relatos de assédio, difamação e negação da mulher, atitudes que não é preciso ir longe para constatar, os abusos financeiros também são crimes, podem ser denunciados e enquadrados na Lei Maria da Penha como lesão patrimonial, abuso ou extorsão.

Ainda vemos, na região de Laranjeiras do Sul, autoridades, cujo dever é de zelara pela dignidade e bem estar de todos, externarem seus machismos de forma estarrecedora. Mais recentemente, ao ser informado sobre um possível abusos de menores, numa república de homens que trabalhariam numa obra municipal, um secretário solta a seguinte pérola. “Os homens são trabalhadores sem instrução, e se mulheres (digo, biscates), facilitam, eles não vão dar mole”, disse o ilustre machista sem nenhuma visão social, o que não seria tão grave, não fosse um gestor público que te a obrigação de tê-la.

O exemplo acrescentado é apenas para ilustrar a naturalidade com que o machismo é escancarado na sociedade, e não encontrando resistência, segue causando danos que vão além do ato  de qualquer vitimização. São gerações inteiras que são afetadas por eferência negativas de ensinamentos prejudiciais para a harmonia entre os gêneros.

O objetivo do Dia Internacional da Mulher é refletir e se posicionar acerca do machismo travestido de humor, cavalheirismo e sagrado além de uma musicalidade que agrega reforça todos esses componentes, como elementos naturais, no dia a dia das mulheres de todas as idades. O condicionamento ao machismo, e logo a conivência e por consequência a prática, são protagonizados por homens e mulheres que até compreendem a disparidade. Mas, se sujeitam a ela, reproduzindo, praticando e omitindo-se na luta por mudanças.

Discutir política, ciência, economia, filosofia e história  parece ser o caminho. Mas ao invés disso, nos poucos grupos de mulheres que existem, se ensina apenas a fazerem crochê e coxinha.

 

 

 

 

 

 

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