“Passar de um dia para outro nesse relento é muito sofrido. Podia ter outra forma de conseguirmos a matrícula. Talvez dando ficha por ordem de chegada para que a gente não tivesse que ficar aqui.”

Desde as 11h da manhã desta segunda-feira (19), a fila já era grande em frente ao Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Nossa Sra. das Graças, de Laranjeiras do Sul, a exemplo de todas as demais unidades, onde familiares pleiteiam pelas vagas para crianças de 1 e 2 anos.

O sofrimento desses familiares, e até de amigos de pessoas que por não conseguirem se ausentar no trabalho precisam que alguém se mantenha na fila até o momento da matrícula, sensibiliza quem as vê, reforçando o questionamento sobre a possibilidade de outras formas de acesso, que evitem o longo tempo de exposição ao forte sol, chuva ou frio.

“Estou tentando a vaga para minha filha. Eu devia estar trabalhando. Mas tive que faltar”, disse a mãe Márcia Siedri, que compartilhava o sombreiro com a colega de fila, Adriane Albuquerque. Esta, guardava posição na fila para conseguir vaga para o sobrinho do amigo de seu marido, que não podia estar ali. “Deveria tem uma forma de registrar se que as pessoas tivessem que ficar aqui”, disse Adriane.

Ainda no ano passado, questionada sobre o modelo de matrícula, a então diretora e hoje secretária municipal de Educação, Maria Luíza Simões Nunes, disse que a gestão pensava num modelo de georeferenciamento para evitar os transtornos aos familiares. Mas também adiantou que não previa data, por se tratar, segundo ela, de um processo complexo e caro.

Pelo visto, ainda não foi possível o investimento, e segue o modelo que é complexo para a família, que em determinadas situações tem inclusive que levar a própria criança para o relento, pela necessidade de conseguir a vaga, e não haver outra forma.