A juventude na periferia do debate para as eleições da Prefeitura Municipal de Laranjeiras do Sul e a criação de uma plataforma política juvenil apartidária

Diego Mendonça.Diego Mendonça Domingues é Engenheiro civil, formado pela Universidade Federal do Paraná. Pós-graduado em administração tributária e integrante do levante popular da juventude e publica sua coluna todas terças-feiras, no Portal Comcafé.

O cenário que se desenha para a disputa da Prefeitura Municipal de Laranjeiras do Sul está mais claro. De um lado e com uma coligação ampliada se encontra o ex-prefeito por dois mandatos consecutivos Berto Silva, do PSC. No outro polo e cooptando praticamente todas as opções políticas as quais são contrárias à candidatura de Berto Silva está Nilton Gava (PSDC). Como opção a esses dois grupos que provavelmente emplacarão o prefeito e a maioria dos vereadores existe o PT com a candidatura de Laureci Leal para prefeito.

Diferentemente das discussões municipais em grandes centros e de campanhas estaduais e federais nas quais o debate sobre a juventude acalora e qualifica as plataformas políticas propostas, em Laranjeiras do Sul os jovens ficam à margem da construção política da cidade. Um erro grave dos partidos e grupos políticos que hegemonizam a política partidária e deixam uma força promissora que em breve será decisiva para a economia laranjeirense de lado num momento tão importante da democracia brasileira: as eleições.

Numa cidade em que pujam universidades, a escola técnica, movimentações culturais e na qual existe novos eleitores ávidos por explicações e atenção, deixar essa juventude como periférica e não central nas campanhas não apenas soa mal mas também é uma grande irresponsabilidade por parte de nossos futuros governantes.

Os candidatos à Câmara de Vereadores também precisam apresentar propostas concretas, objetivas e reais para o jovem de Laranjeiras do Sul o qual está cansado de não ter opções de lazer, esportes, cultura e emprego promissor na cidade, preferindo muitas vezes desde sua infância buscar a vida em outras cidades como Cascavel, Guarapuava e Curitiba, por exemplo.

Até quando pensarão os nossos governos municipais apenas na estruturação provinciana conservadora subserviente de Laranjeiras e não ampliarão suas visões para a criação de uma cidade verdadeiramente autêntica, promissora, desenvolvida e tecnológica? Até quando a região da Cantuquiriguaçu será plantadora de soja transgênica? Se queremos um país que avance e não apenas sirva aos interesses dos países centrais do capitalismo sendo exportador de matéria-prima precisamos encarar esse desafio inicialmente no plano de nosso alcance, ou seja, transformar o que está mais próximo de nós.

Para isso, e para além da política partidária, uma ideia é organizar a juventude de Laranjeiras do Sul a fim de criar uma plataforma política a qual exprima as reivindicações da juventude popular em três frentes: estudantil, territorial e camponesa.

Dessa maneira poderemos a partir do ponto de vista dos estudantes, e a partir do ponto de vista dos jovens trabalhadores e desempregados da cidade, e dos jovens trabalhadores do campo, pressionar os futuros governantes a atender às demandas da população jovem da cidade e não apenas pensar nas famílias tradicionais da região.

Pequenas reuniões em universidades, em colégios, nas praças, nas periferias e uma grande reunião ampliada possivelmente num anfiteatro estão sendo planejadas para a criação dessa plataforma e para a instrumentalização da cobrança aos candidatos, e vamos ver se é realmente a juventude que não quer dar atenção à política, ou se é a política que não dá atenção à juventude.

Juventude que ousa lutar, constrói o poder popular!

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