Da série mães além do coração:

“Nesta minha experiência materna aprendo a cada instante que não bastaria ter saído da própria barriga. Ser mãe é muito mais que isso!”

Giovanna e Matias.
Giovanna e Matias.

Já fazem dois anos e nove meses que a professora Giovanna Garcia de Laranjeiras do Sul, é oficialmente a mãe do Matias, hoje com quatro aninhos.

Na fila de espera pela adoção, ela havia optado por crianças de até quatro anos, e foram cinco logos anos, enquanto não só gestava, mas se convencia da ideia de que seria mãe, independente dos padrões convencionais.

Solteira, e com 42 anos, Giovanna teve e tem na mãe, Nilza Bolognesi, com quem moram, a parceria perfeita para cuidar e educar Matias, que de tanto se identificar com a família, pediu para que a mãe simulasse o seu nascimento de dentro dela, e que o amamentasse. Coisas que são comuns e positivamente muito importantes, conforme

Não basta ser mãe...
Não basta ser mãe…

relato de psicólogos, o que chamam de reconstrução da própria história. Quando a criança se reinventa, se entregando integralmente àquela mãe e família que a acolhe.

Giovanna conta que sua mãe, embora com toda a liberdade para auxiliá-la na educação de Matias, tem sua função bem definida como avó. “Temos papéis bem marcados por nós e por ele. Mesmo quando minha mãe quer interferir, ela fala comigo, para que eu o chame a atenção dele”, exemplifica.

Sobre sua opção em adotar um filho, em um modelo de família alternativa, Giovana diz que o fez por dois motivos. “Pelo meu grande desejo de ser mãe, o que sempre entendi que não precisa ser necessariamente numa família convencional com pai e mãe, nem tampouco que tenha nascido da minha barriga, que tenha meu sangue e outras considerações que acho grandes bobagens. E, é claro, pela possibilidade e oportunidade de fazer o bem a uma criança. Pois é muito melhor ter só uma mãe ou só um pai que cuide dela adequadamente, do que ficar num abrigo sem ninguém”, avalia.

Uma mãe que quer um filho, um filho que quer uma mãe.
Uma mãe que quer um filho, um filho que quer uma mãe.

Quanto a aceitação da sociedade em relação ao seu modelo familiar, ela diz que teve duas grandes e extremas surpresas. Uma boa e uma ruim, como se costuma dizer popularmente. “Uma delas, é que recebi gratidão, apoio e solidariedade de pessoas muito sinceras e emocionadas com a minha opção, vindos de muitos lugares”, afirma. “Já, a parte que considero muito triste é o preconceito que também é manifestado por algumas pessoas, muitas vezes, da forma mais absurda, com comentários maldosos, inclusive na frente da criança”, lamenta a mãe.

Giovanna diz que não se abala com as indelicadezas que denotam desconhecimento e até reconhece que seu modelo de maternidade ainda não é bem entendido no contexto único que compreendem algumas pessoas. Mas admite que isso incomoda e causa tristeza, principalmente, quando vem de pessoas e ambientes que já deveriam estar preparados para os novos modelos familiares.

o pedido de um irmão ainda será atendido

A mamãe Giovanna diz que vive uma experiência tão feliz e positiva com o filho, que pensa em atender o pedido dele por um irmão/irmã. “Sigo habilitada e na fila da adoção. Só pedi para ficar suspensa por um tempo, pois convenhamos,  é uma coisa maravilhosa, mas que exige muita dedicação e responsabilidade. Estou curtindo muito e vou encaminhar esse primeiro”, brinca Giovanna, ao ressaltar que a maternidade mudou sua postura pessoal em relação ao mundo, em todos os aspectos, significando para ela, a mais pura felicidade.

 

 

2 comentários sobre “Às mães para as quais a maternidade está acima dos padrões sociais

  1. Amo meu filho numa intensidade impossível de ser descrita.
    Abro mão do que for preciso para vê-lo feliz.
    Obrigada pelo carinho que nos recebeu em sua casa para uma conversa tão gostosa.
    Deus continue abençoando seu trabalho.
    Beijos meus e do Matias.

  2. Tão dedicada e amorosa. Geovana é um exemplo de mãe. É a prova de que o amor de mãe vem do coração e não do útero. Parabéns querida pelo dia das mães.

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