Caso envolvendo criança, em Laranjeiras do Sul, é exposto ilegalmente para fazer rivalidade política

Evidente que violência não pode ser confundida com educação, tampouco justificar as razões dos pais, mesmo  que diariamente enfrentem inúmeros desafios e responsabilidades. Já, a exposição de um caso que por lei, deve transcorrer em sigilo, e o uso disto por parte de um vereador para afrontar e fazer rivalidade política, é mais que abuso, uma falta de decoro.

Sugestão de leitura para quem se comporta com objetivos escusos, diante de informações que têm garantia de sigilo da justiça.

Desde ontem (31) a notícia de que um pai teria agredido o filho, em Laranjeiras do Sul e que isto estava sendo tratado nas devidas instâncias, circulava informalmente, conforme é de costume em certos veículos, que antes mesmo da informação oficial, já faz a chamada sensacionalista.

Após a publicação do boletim de ocorrência da Polícia, que costuma fornecer apenas iniciais dos nomes envolvidos, o mesmo veículo segue divulgando com as iniciais dos nomes do envolvidos, identificando o pai pela profissão, formação e local de trabalho, mostrando inclusive, a imagem dele, relatando a ocorrência, também mostrando imagens da agressão na criança.

Independente de quem sejam os envolvidos, em que pese o papel da imprensa de dar visibilidade aos fatos, inclusive para que haja o debate e reflexão social, também existem limites legais, uma vez que o caso está sendo tratado nas instâncias competentes. Isto é claro, desde que não se confirme nenhuma negligencia destes.

O delegado da polícia civil, que atendeu o caso, Dr. Helder Lauria, disse que as imagens veiculadas não são de responsabilidade da delegacia, e que, como acabaram por expor o pai, e logo a criança é toda de quem as publicou. “Nós não divulgamos fotos. No interrogatório o pai disse que estava arrependido, por ter extrapolado numa situação em que a criança havia saído da escola, sem autorização”, comentou o delegado.

Nas redes sociais da comunidade, onde o pai da criança trabalha, um professor que também é vereador, fez uso da publicação do referido blog com as imagens, para provocar politicamente a direção da instituição a se manifestar. “Quando é amiguinho da direção será que vai ter moção ou manifesto??? Petista é assim mesmo, quando é os aliados não é crime!!”, postou o vereador, que também pressionou outros veículos de imprensa sobre a divulgação do caso.

Conforme orientação do Conselho Tutelar, o caso não deveria ter virado notícia, muito menos exposto a criança, que pela divulgação da imagem do pai, teve sua identidade também exposta. A direção do trabalho do referido pai, informou que o departamento jurídico da instituição orientou que não é possível manifestação sobre o caso, pelo fato de se tratar da vida privada do servidor e do caso seguir em segredo de justiça.

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