Com 18 anos completos, Assentamento 8 de Junho, mostra ter chegado responsavelmente à maioridade

Considerado modelo nacional, o Assentamento 8 de Junho, que conta com um Campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em seu território, comemorou recentemente, seus 18 anos, com novo recorde na produção leiteira.

Durante a comemoração oficial, quando foi realizada a tradicional festa de aniversário, no Assentamento 8 de Junho, houve com grande participação da comunidade, de visitantes, lideranças ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e políticos do Partido dos Trabalhadores (PT) e outros.

A comunidade celebrou a mística, ritual composto pelos elementos que simbolizam a luta dos trabalhadores, pela terra (alimentos, ferramentas de trabalho, palavras de ordem, bandeiras do movimento, natureza, pessoas com sede de dignidade e conhecimento) e por direitos.

Unida, a comunidade preparou o almoço com churrasco para cerca de mil pessoas, que passaram pela festa. A entrega de um caminhão baú refrigerado da Iveco, no valor de R$ 150 mil – obtidos por meio de uma emenda do ex deputado federal Dr. Rosinha, que hoje é embaixador do Brasil no Mercosul – para a Cooperativa Cooper Júnior, foi um dos destaques.

Durante o ato de abertura da festa, com a participação do deputado estadual Professor Lemos (PT), dos vereadores Laureci Leal e Ivone Portela (PT), além de outras lideranças do PT, representantes de um agrupamento cooperativo da Espanha e representantes da Universidade Federal da Fronteira Sul, melhorias que viabilizem a permanência dos filhos de assentados nas atividades camponesas, foram consenso na fala dos membros da mesa.

De acordo com o presidente da Associação Comunitária do 8 de Junho, o assentamento tem como foco orientar a produção diversificada da agricultura familiar para consumo interno, comercializando apenas o excedente. “A produção de leite é o carro chefe de quase todas as famílias. Mesmo assim, nossa prioridade é pela produção de um leite orgânico, que não prejudique a saúde dos consumidores”, ressalta o líder.

Para o secretário de governo, da prefeitura de Laranjeiras do Sul, Gizélio Linhares, a atual gestão está tendo a felicidade de acompanhar e participar da entrega de diversas benfeitorias, dentro do assentamento. “Temos que reconhecer que as obras aqui destinadas pelo governo federal, nos dão muito orgulho em ser parceiros dessa comunidade”, comentou o secretário.

 

Todas as falas evidenciaram o reconhecimento aos avanços trazidos pela universidade, dentro do assentamento. “Temos um grande desafio nessa universidade, que é pública, gratuita e tem que ser popular. Pois ela só vai ser popular se colocarmos os filhos dos trabalhadores dentro dela”, disse o diretor do Campus da UFFS de Laranjeiras do Sul, Paulo Mayer.

 

O assentamento

Com uma história que começou há 22 anos, quando 74 famílias, no dia 8 de junho de 1997, ocuparam a fazenda Rio do Leão, às margens da rodovia 158, o Assentamento 8 de Junho, em Laranjeiras do Sul, comemora nesta terça-feira (8), 18 anos de desafios e avanços, que o caracterizam como um dos símbolos mais legítimo da Reforma Agrária, dentro e fora do Brasil.

Foram quatro anos de disputas, até que o Incra desapropriou o latifúndio de 1477 hectares, e o dividiu em 74 lotes, com média de 14 ha. Hoje vivem ali 71 famílias. Os 3 lotes restantes foram repassados à universidade, motivo de orgulho e esperança no assentamento.

A quadra poliesportiva e a escola do campo, dentro do assentamento, com oito salas e que deverá atender em horário integral, já está sendo erguida.

 

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