Com venda de pasteis e apoio da prefeitura no transporte, Black Heart deve representar Laranjeiras em Florianópolis

Com apoio da família, Alunos, comunidade, Ítalo Supermercado e Academia Bio Fitness, eles venderam 2.300 pasteis, o que quase dá para pagar a inscrição e estadia do grupo de 21 dançarinos que dependem agora da prefeitura contribuir com o transporte, para competir em Florianópolis.

Dionatan e equipe de trabalho de montagem dos pasteis.

O último sábado (03), foi dia de muito trabalho para integrantes da Cia de dança Black Heart, de Laranjeiras do Sul, que promoveu uma ação de venda de pasteis para arrecadar dinheiro e poder participar de uma competição em Florianópolis.

O grupo se inscreveu por meio de apresentação em vídeo, e foi selecionada para uma seletiva que terá final em Córdoba na argentina.
Eles participarão nas categorias grupo, duo e solo, tendo que inscrever, levar e custear alimentação e estadia de 21 dançarinos, nos dias 16, 17 e 18 de junho.
Como não dispõem do montante de aproximadamente R$ 6 mil, tiveram a ideia de aproveitar que as mães tanto do Dionatan, como da Rubyane (fundadores do Black Heart), são cozinheiras, para realizar uma ação de venda de pasteis, como já fizeram de venda de pizzas, em outra ocasião, quando competiram e venceram, em Joinville, também em Santa Catarina.
Colaboradores e resultado da ação
Equipe de trabalho de distribuição dos pasteis.

Com a ajuda da comunidade que comprou, de voluntários como a vizinha “Beti” que cedeu a cozinha de sua casa, mães que trabalharam e alunos dançarinos que literalmente, botaram a mão na massa além de contribuírem com parte da carne, Ítalo Supermercado, que processou a massa de pastel, utilizando máquinas elétricas da panificação, e da Academia Bio Fitness, que cedeu espaço logístico e também para ensaios dos espetáculos, eles venderam, produziram e entregaram 2.300 pasteis. Sendo que o combo de 5 unidades foi adquirido a R$ 10, ou seja, angariaram R$ 4.600, e agora ainda precisam correr atrás da diferença e do apoio da prefeitura, cedendo um ônibus para transportar os dançarinos. Os ofícios encaminhados tanto pelo grupo como pelo Conselho Municipal de Cultura, solicitando o translado dos dançarinos, ainda não foram respondidos, mas a expectativa é positiva, dada a importância do grupo representar o município, valorizando a cultura e empenho de seus integrantes.

Gabriely Ap. Michalchechen.

A colaboradora Gabriely Ap. Michalchechen, que é estudante, explica o motivo de ajudar o grupo. “Compramos para que continuem sendo talentosos e criativos”, disse Gabriely.

Já o empresário Miguel Friedrich destacou a persistência dos dançarinos e sugere que o poder público crie um fundo para poder incentivar a cultura no município. “A iniciativa e empenho deles são muito valorosos. Mas acredito que o poder público municipal precisa pensar uma forma de incentivo fiscal ao empresariado, a ser destinado para a cultura e que resulte num bom desempenho desses grupos que poderiam ficar mais concentrados nas apresentações. Sugiro que um percentual do ISS possa ser destinado para um fundo”, recomenda o empresário e contribuinte.
Miguel Friedrich com Rubyane Maurício.

Além de aluna integrante do grupo, Amanda Dalmolin Kruger que na noite anterior já havia ajudado na montagem dos pasteis, estava retirando o combo que comprou e fala sobre o seu sentimento de luta pela arte. “A dança nos ensina persistência e determinação. Nos motiva a lutar e a nos esforçar para chegarmos aonde queremos, mesmo que por meio de diferentes inciativas próprias”, observou a dançarina.

Breve histórico do grupo

Amanda Dalmolin Kruger

O grupo de Dança Black Heart, hoje bastante conhecido na região, tendo apresentado o destacado espetáculo Raízes, com grande público, no Cine Teatro Iguaçu, no final de 2016, surgiu a partir de seus fundadores, o casal Dionatan Paiva Bhals e Rubyane Maurício. Após tomarem gosto pela dança em rápidas passagens por academias locais, eles tiveram uma experiência de ensaios e ensino da dança para jovens e adolescentes, na Praça José Nogueira do Amaral, cujo projeto não se viabilizou, não tendo recebido apoio do poder público. Foram então, tentar a sorte como iniciativa privada. Com a atual situação de crise no país, o que recebem de alunos particulares, é insuficiente para se manterem só da arte a que se dedicam, como sempre sonharam em viver dela. O Dionatan, está trabalhando como repositor em um supermercado e a Rubyane, aguardando para ser chamada para trabalhar numa empresa de cosméticos, aproveitando o conhecimento que tem sobre maquiagem. Os demais membros do grupo são alunos deles, que apresentam alta performance e desempenho em nível de competição como o que estão preste a participar.

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