Coronavírus e crianças: o abuso histórico que agora contamina e está matando

Historicamente as crianças são abusadas  e invadidas. Só porque são  crianças e não podem reagir, são até molestadas.

Imagem ilustrativa.

Peço licença ao leitores, nesta quarta-feira (10) para relatar um drama pessoal, depois de um bom tempo sem publicar aqui, e pelo mesmo motivo que agora me traz de volta.

Como muitos sabem, eu Serli Andrade, sou responsável por este site de jornalismo, e publico aqui sobre temas diversos, desde 2016. Ando ausente, publicando pouco e até ausente da minha profissão, coincidentemente, por dois motivos. A pandemia que começou em 2020, quando optei por viver de forma mais isolada, principalmente para proteger meu filho de 6 anos, uma vez que as crianças passaram a ficar o tempo todo em casa, e além de cuidá-las, temos que evitar contaminá-las e alfabetizá-las (no caso dos pequenos). Culminou com isto, o fato de ter sido candidata a vereadora em 2020, fator que, por ética, não me deixou à vontade para seguir com as publicações, uma vez que nós, jornalistas, somos vistos como formadores de opinião.

Não foi e não é por preguiça, que não estou escrevendo, cobrindo pautas que adoro acompanhar, nem por não me entender, inclusive ausente do meu dever na sociedade, num momento em que a imprensa faz um trabalho indispensável. Pelo contrário, preciso fazer um esforço para abster-me.

Entretanto, apesar do meu esforço e abdicação, para proteger e cuidar de minha criança, muitas vezes ela é invadida pelos próprios familiares que inclusive duvidam da possibilidade da contaminação, ao contrario de mim, estão trabalhando, se relacionando com muitas pessoas diariamente, e que, sem pedir licença, vão abraçando, pegando a criança (literalmente invadindo a sua privacidade) e detalhe…SEM MÁSCARA, inclusive ignorando a tutela de quem está responsável por ela, seja eu ou outra pessoa a quem confio o cuidado, simplesmente por ser criança. Já repararam como as crianças são ensinadas a reproduzir babaquices? tem adulto que tem mania de baixar as calças de crianças, como se fosse algo muito divertido, o que na realidade é um abuso, um tipo de mau gosto e autoritarismo sobre a indefesa criança.

Será que para gostar, demonstrar afeto tem que abusar? Quase ninguém, exceto quem realmente se interessa por elas, se aproxima das crianças de modo a inspirá-las, a instigarem suas curiosidades por coisas interessantes ou para aferir se elas estão se desenvolvendo bem, se podem contribuir em alguma coisa. As crianças são abusadas de muitas formas. Desde o bebê no colo da mãe, tem sempre quem se sinta no direito de tocar, passar a mão, apertar a bochecha, imitar o jeito que falam e rir delas.

Nem eu nem meu filho, somos melhores do que ninguém. Mas principalmente em meio a uma pandemia, peço a outras mães e pais, que por gentileza acrescentem algo a isto, caso concordem ou discordem, pois as crianças, que são o FUTURO, precisam ser mais preservadas, cuidadas e respeitadas. Já basta que estão sendo privadas da escola, que estão chateadas por sentirem falta dos amigos e do ambiente social natural delas, que é a escola e até do contato livre com os familiares.

Peço desculpas se ressurjo apenas para um desabafo sobre um tema delicado, quando meu dever seria estar defendendo o bem estar de todos. Mas creio que estamos todos sentindo muita dificuldade em administrar certas situações, depois de mais de um ano em isolamento, e que a comunicação pode proporcionar um diálogo que creio, seja de amplo interesse. Afinal, a nova cepa do vírus está atingindo fatalmente, também as crianças, e sabemos que os hospitais estão abarrotados.

Muito obrigada!

 

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.