MAIS UM CORPO

BANANADA DE EINSTEIN é a coluna semanal de Marcio Martins para Comcafé. Ele é Dr. em Ciência da Educação, membro da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNP) e ativista cultural, dentre outras vivências e formações.

UM CORPO estendido na rua (ou em casa), corpo esse que não falava e muito menos foi ouvido, e hoje silenciava a rua com a sua presença. Ecoa o silêncio fúnebre pelo bairro, por entre encostas e parte da cidade, talvez estivesse mais triste. Do cavernoso silencio o todo das explicações, chegando aos ouvidos, atentos, ao menos naquele momento, as teorias e suas hipóteses do que teria havido ali. Uma imensidade delas que talvez nem as estrelas pudessem iluminar, que dirá comparar as matemáticas, porém algumas coisas são certas, e uma delas é ; não era ouvido!

ESSE MESMO CORPO será que agora nessa situação não conta sua história? Que história? Confeso a vocês que também não tenho ideia, mas sei que quer dizer muito – e não é somente desse corpo estatelado, com sangue ou não, com marcas, sem cor, … Não está falando algo, ou ainda vamos continuar achando que precisamos de palavras, para que se saibam o que é preciso?

Meu questionamento é, o quanto o silêncio fala? O quanto vorazes ao barulho somos, por um lado ótimo talvez, uma pulsão por vida, do querer viver, se movimentar, ter/fazer contatos, e quanto da pulsão do acontecido temos dessa tendência para esse caminho sem volta chamado morte.

MAS É SÓ UM CORPO, ou diriamos mais um que não tem contato com outro, mas buscou fazer? Com um animal, racional ou não? Colorido ou não, na fantasia real do desafio, que o problema começou muito antes disso, e falava, falava e nada tinha.

Se planejar o corpo, já há grandes variáveis a mudança, o caso simples de comer mais ou menos, e se esse corpo passa a ser escravo ao comando do outro, esse corpo já não tem o desejo de vida, ou se prefere colocar-se em risco ao ponto de … NÃO ACORDAR… O que pensar, ou melhor o que fazer?

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