Negociação coletiva agrega valor ao leite dos produtores de Realeza

Fonte :Boletim Informativo FAEP nº 1363

A partir dos conhecimentos adquiridos no Empreendedor Rural, grupo de pecuaristas negocia com as indústrias de laticínios da região e recebe 27% a mais que a média estadual.

image007Nos últimos meses, a realidade de 37 produtores de leite do município de Realeza, no Sudoeste do Paraná, passou por uma transformação, principalmente da porteira para fora. A partir das técnicas e conhecimentos de gestão e empreendedorismo adquiridos no Programa Empreendedor Rural (PER), promovido pelo SENAR-PR, os pecuaristas se uniram para negociar, de forma coletiva, melhores preços na entrega do produto junto a 10 indústrias de laticínios da região.

O pontapé inicial deste processo começou com o produtor Mário Nery de Moura, que fez o Empreendedor Rural no ano passado. Na ocasião, o jovem de 33 anos percebeu que o maior concorrente no mercado era o próprio produtor. Então, propôs reunir as forças deste elo da cadeia produtiva em prol de um bem comum, ou seja, melhores preços pelo leite produzido e fortalecimento da atividade na região.

“O curso modificou minha visão do negócio e percebi uma oportunidade de vender em grupo. Precisamos valorizar o que temos nas mãos”, conta Moura, que iniciou na atividade em 2009 e atualmente tem 60 animais, sendo 25 em lactação, que permitem uma produção de 16 mil litros de leite/mês. “O curso despertou no Mário a ideia de formar escala para agregar valor e vender por preço melhor”, destaca Paulo Roberto Golim, instrutor do SENAR-PR e professor do Empreendedor Rural desde 2003.

O grupo começou as atividades em outubro de 2015, com 17 produtores. Logo na primeira negociação, no mês seguinte, conseguiu agregar R$ 0,12 ao litro de leite, chegando a R$ 1,06. Foram diversos reajustes ao longo deste ano até, em agosto passado, atingir R$ 1,97 por litro, 27% a mais em relação ao preço médio, R$ 1,55, pago ao produtor paranaense no mesmo mês, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SEAB).

“Antes, cada um vendia por conta própria e o preço era definido pela indústria, sem participação dos produtores, que apenas eram comunicados do valor. Hoje, as empresas fazem a oferta e levamos a melhor proposta para reunião mensal do grupo”, explica um dos líderes do grupo, que faz questão de afirmar que o valor definido junto a indústria é pago para todos os produtores, independente da quantidade que produz. “Mesmo os produtores que não estão no grupo foram beneficiados, pois o preço médio na região aumentou”, acrescenta.

O sucesso da iniciativa se alastrou pela região, e novos produtores entraram para o grupo, que hoje conta com 37 participantes, todos com o mesmo grau associativo. Somada, a produção coletiva alcança, em média, 180 mil litros/mês. “Isso nos dá força para negociar, pois é um volume considerável de leite. As indústrias tiveram que correr atrás”, pondera Moura. Mais informações:http://www.sistemafaep.org.br/negociacao-coletiva-agregar-valor-ao-leite-dos-produtores-de-realeza.html#sthash.yX8OQQJF.dpuf.

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