NOVA LARANJEIRAS – Intercambio Cultural na Terra Indígena Rio das Cobras Acontece esta semana
Fonte: Ass. Prefeitura e Comcafé

O objetivo do Intercambio é resgatar a Cultura Indígena.

Desde a ultima segunda  feira 26 de junho, esta acontecendo na Aldeia Indígena Rio das Cobras, o Intercambio Cultural.
O evento esta sendo promovido por professores e lideranças da Aldeia, e tem como objetivo mostrar aos estudantes a realidade da cultura indígena do Brasil, e também resgatar a cultura indígena.
Estão participando do Intercambio, estudantes da Terra Indígena Mangueirinha, e da Terra Indígena Apucaraninha, que foram recepcionados por toda a comunidade da Terra Indígena Rio das Cobras.

Há famílias indígenas da região da Terra indígena Rio das Cobras, que está resgatando a cultura alimentar intensivamente. Nesta foto, uma experiência da extração da larva da taquara ou palmeira (coró), que vem sendo ofertada (no sentido de resgate da cultura alimentar) por avós e pais indígenas, às crianças, que já os consomem naturalmente.

Durante o evento estarão sendo apresentadas,  mostras culturais artísticas, comidas típicas Indígenas, danças culturais Indígenas, músicas Indígenas  e Esportes.
Segundo o Vice Cacique Adão Krekanh  Paulista, o objetivo do Intercambio é resgatar a Cultura Indígena, com Danças, Comidas típicas, Cânticos culturais e contar a historia do Povo Kaigang, para isso é preciso unir todas as gerações dos povos indígenas, moradores da Reserva indígena Rio das Cobras e de outras Reservas para buscar o resgate da cultura.
O intercâmbio ajudará os estudantes a ver, na prática, a vida dos índios brasileiros. “Queremos sair um pouco do livro e da sala de aula para aprender sobre os costumes Indígenas diretamente com nossos Professores e Indígenas mais velhos, quebrando preconceitos e estereótipos, levando cultura para as escolas.”

Larva ou coró, é um dos alimentos da cultura Kaigang

Por mais estranho que pareça para quem não está acostumado, a larva da taquara ou palmeira (Coró), já foi aliemntação básica na culinária Kaigang, da mesma forma que nas demais culturas se consome camarão ou como na china, onde o consumo de diversos insetos também é algo natural.

De acordo com um artigo “Insetos como alternativa alimentar”, de  Edenilze Teles Romeiro, Israella Dias de Oliveira, Ester Fernandes Carvalho, da Universidade Federal de Pernambuco/Departamento de Tecnologia Rural/Curso de Bacharelado em Gastronomia, a Entomofagia é um fenômeno historicamente antigo e geograficamente disseminado. “Pode-se dizer que a entomofagia surgiu com os primeiros hominídeos e atualmente está presente em mais de 100 países ao redor do globo. Das centenas de
milhares de espécies de insetos já catalogadas, mais de 1700 são utilizadas como alimento por cerca de três mil grupos étnicos em mais de 120 países. Observou-se que o consumo de insetos não é tão incomum, apresentando um forte potencial de
crescimento para soluções de alguns problemas ambientais e como auxilio ao combate a fome no mundo. Muitas pesquisas vem sendo feitas, porém há a necessidade de intensificação das mesmas para que se possa identificar as espécies que podem ser consumidas sem trazer danos a saúde de quem os ingira, como também as formas adequadas de preparo e conservação.

Ressalte-se ainda que: ” A antropoentomofagia, alimentação humana com insetos, é uma cultura que sobrevive em diversos países desde a antiguidade, mas que atualmente encontra-se marginalizada ou esquecia pela maior parte da população (LINASSI, 2011). Estes podem ser consumidos diretamente em diferentes estágios de seu desenvolvimento: ovos, larvas, pupas e adultos, mas é em forma de larva ou pupa que a maioria das espécies registradas é consumida. Quando consumidos indiretamente, a ingestão se da em forma de produtos elaborados e/ou excretados por estes insetos, como: mel, cera, pólen, óleos, corantes, remédios, chás, infusões e farinhas, agregados ou não a outros ingredientes (COSTA NETO, 2003).”

O intuito destes esclarecimentos extraídos de pesquisas especializadas é refletir que a cultura alimentar indígena não é algo bizarro ou “coisa de índio”, como se costuma pejorativamente dizer, quando não se conhece os fundamentos, que além de conhecimento antropológico, expressam a sabedoria indígena, quanto a sustentabilidade e valor nutricional daquilo que compõe a dieta alimentar dos diferentes povos.

 

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