O que a eleição de Maia para a presidência da Câmara nos ensina sobre política?

Diego Mendonça.Diego Mendonça Domingues é Engenheiro civil, formado pela Universidade Federal do Paraná. Pós-graduado em administração tributária e integrante do levante popular da juventude. passará a escrever todas terças-feiras, a partir do dia 19, para o Portal Comcafé.

“A esquerda sujou as mãos com Rodrigo Maia.” Esse é o desabafo do senador Lindbergh (PT-RJ) sobre a vitória de Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados. Mas o senador esqueceu de que quem vota em Rodrigo Maia e se coloca na esquerda deveria rever o conceito em que se situa.

O Partido dos Trabalhadores, pelo menos metade votante dele (a outra metade se absteve e não demarcou posição), ajudou a eleger o candidato do DEM numa escolha pragmática defendida por Lula. Esse caminho demonstra mais uma insanidade do PT nas alianças estratégicas que o afastam do projeto popular. Em contrapartida, o PSOL demonstrou mais uma vez coerência ao avisar com antecedência que não votaria pois a eleição de Rosso (próximo a Cunha) ou Maia (aliado de Temer) não alteraria em nada o panorama político da Casa.

Com esse entreguismo petista a possível volta de Dilma à presidência se torna um processo mais doloroso para a esquerda, que não vê soluções concretas para a melhoria do Estado brasileiro. Aponta-se, portanto, um novo período de construção de projeto de nação.

Enquanto isso o governo interino de Temer, que para muitos é ilegítimo, segue fracassando. Após início turbulento com a errônea nomeação de ministros – muitos corruptos comprovados, o que demonstra falta de comprometimento no combate à corrupção – continua com grande resistência da sociedade. As pressões populares aumentam a cada dia.  Pesquisas demonstram alto índice de reprovação do governo.

Movimentos barrarem a tentativa de suspenção do “Minha Casa, Minha Vida”, a reforma previdenciária mexer para pior no planejamento de vida de cada cidadão e o arrocho fiscal diferente do prometido, como exemplos, são fatos os quais atestam que Temer não deve continuar na Presidência da República.

A esperança fica cada vez mais comprometida. Não se visualiza saída para a crise econômica, judiciária, administrativa e cultural brasileira. Espera-se, então, que as eleições municipais deste ano tragam mais responsabilidade para dentro da política.

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