A importância da relação produção X consumo, numa mesma região, é relativizada. O que define mesmo, o fortalecimento da cadeia produtiva é  o aumento da produção.

Encerramento da semana acadêmica do curso de Engenharia de Aquicultura, com palestra da professora e pesquisadora Aime Rachel Magenta Magalhães, da UFSC/SC.
Encerramento da semana acadêmica do curso de Engenharia de Aquicultura, com palestra da professora e pesquisadora Aime Rachel Magenta Magalhães, da UFSC/SC.

Por ocasião da semana acadêmica do curso de Engenharia de Aquicultura, realizada pela Universidade federal da Fronteira Sul (UFFS), encerrada nesta quinta-feira (29), muito se refletiu sobre a viabilidade da cadeia produtiva do peixe, em Laranjeiras do Sul e região, cujo potencial produtivo, em função da infinidade de fontes de água e represas das usinas hidrelétricas, foi a motivação da vinda do curso para o referido campus.

De acordo com o coordenador do curso de Engenharia de Aquicultura, professor Marcos Weingartner, a existência do curso, associada a outros fatores como a criação da Associação de Piscicultores de Laranjeiras do Sul – Peixe Lar, que já apresenta resultados positivos, passando a promover a Feira do Peixe – que antes ocorria somente na quaresma – uma vez por mês, vem despertando os produtores.

Viabilidade da produção
“A partir de pesquisas de extensão realizadas por alunos e custeadas pela universidade, conseguimos dar apoio a diversos produtores que puderam acompanhar e constatar que um modelo de produção com técnica adequada pode ser conciliado a outras atividades da agricultura familiar, sendo viável e com rentabilidade atrativa”, reforça o professor.
De acordo com Weingartner a produção na região se encontra numa fase que precisa aumentar para se viabilizar. Pois quando sai da subsistência, passando a ter um excedente para vender, que é o caso, precisa dar mais um passo, a ponto de atrair infraestrutura como fornecedores de insumos e transporte, a custos mais baixos. “Já existem produtores da região que praticam o cultivo diversificado, hoje com bom percentual da renda oriunda do peixe. É preciso estudar e planejar. Inclusive alternando espécies para que a situação do clima com pico de frio maior que em outras regiões, seja contornada”, explica

Indicativos positivos

Durante almoço de  encerramento da semana da Aquicultura - professores, palestrantes convidados e pesquisadores da UFFS -  em pesque e pague, de Laranjeiras do Sul.
Durante almoço de encerramento da semana da Aquicultura – professores, palestrantes convidados e pesquisadores da UFFS – em pesque e pague, de Laranjeiras do Sul.

Caroline Thaís da Luz, da Associação Peixe Lar, diz que como produtora de peixe, já sente grande mudança no hábito de consumo na região. “Além do aumento da realização da feira, percebemos que o público vem incluindo mais peixe na alimentação. Ainda não fizemos uma campanha específica, mas com a inserção de peixe na merenda escolar do município que começa no próximo ano, esperamos que a cultura de comer peixe aumente”, avalia, Caroline.

Dono de um peque e pague em Laranjeiras do Sul, Edson Amaral diz que a aceitação do peixe só vem crescendo. Ele conta que serve outros pratos no restaurante anexo, mas que as opções com pescado (tilápia e anéis de lula) são os mais vendidos. “Os peixes, tanto o que vendo no restaurante como os que colocamos nos tanques para o pessoal pescar, são produzidos fora. Mas trabalho no ramo do peixe e tem sido muito bom”, afirma.
Os Estados do Sul, são os campeões na produção de peixe de água doce. Santa Catarina, em função do clima, diversifica mais as espécies. Já no Paraná, também em função do clima mais quente, principalmente na região Oeste a Tilápia é a mais indicada e cultivada, tendo o Jundiá como boa alternativa de convivência e adequação ao clima, dizem os pesquisadores.

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