Desde abril deste ano, vem ocorrendo uma mobilização dos segmentos e agentes culturais para formalizar o 1º Conselho Municipal de Cultura de Laranjeiras do Sul, no intuito de habilitar o município a inscrever projetos em editais e conseguir recursos que possibilitem a oferta de formação e acesso popular a espetáculos e eventos culturais.

Após ajustar horário na agenda da prefeita, garantia de apoio técnico e disponibilidade no Cine Teatro Iguassu – instituído por lei como sede da entidade – a diretoria recém eleita pelos pares do Conselho Municipal de Cultura de Laranjeiras do Sul (CMCLS), cuja lei e estatuto nº 038/2016  prevê prazo de sete dias para convocação dos conselheiros, emitiu convite para a legítima posse, na noite desta terça-feira (23).

Tarefas e ações de mobilização da comunidade para a referida posse com apresentações culturais e convidados foram acordadas, inclusive solicitando apoio da Câmara de vereadores para que tramitasse em regime de urgência a ampliação de representatividade do referido Conselho – o que ocorreu satisfatoriamente – para que tudo saísse a contento.  No entanto, às 17h do dia da posse, o departamento de Cultura da prefeitura informava que ainda não havia feito a composição dos nomes, e fazia contato com a diretoria, propondo o cancelamento do evento.

A resposta dos organizadores foi de que seria impossível desmobilizar o evento em duas horas, sugerindo que se mantivessem as apresentações culturais e que os representantes do poder publico se explicassem com os participantes. Após a diretora de Cultura, Luciane Meyra ler os nomes dos conselheiros e justificar que a posse não aconteceria pelo fato de algumas expressões culturais ainda não haverem se manifestado, duas das três apresentações programadas e com artistas a postos para se apresentarem aconteceram, com muita dificuldade. Para a primeira, uma interpretação de dança de balé ao som de violino, com os artistas Diego Granemann e bailarina Isadora, o som com ruídos, demorou a funcionar. A apresentação de dança da Cia Black Heart, com duração de cinco minutos, ocorreu normalmente. Porém a apresentação de musica autoral, dos artistas Luiz Lara e Paulo César, não aconteceu, pelo fato da técnica de som se recusar a descer abrir a porta de acesso a energia para os equipamentos. Fato este que foi mencionado pela diretora de cultura, como um “probleminha técnico”.

Após, tão logo começar, já ser dado o evento por encerrado pela diretora de Cultura e sem a posse, os conselheiros se reuniram no mesmo local, e a questionaram, sendo que esta, nada de concreto soube informar, uma vez que é claro na legislação a não necessidade de número mínimo de conselheiros para dar posse  aos que já estiverem constituídos.  Foi unanime o entendimento dos conselheiros de que tais vagas podem ser preenchidas a qualquer tempo, desde que haja interesse das entidades. “Nossa preocupação com a ampliação para mais segmentos, foi apenas no sentido de tornar o conselho mais inclusivo. Não havendo necessidade de que estes sejam inseridos imediatamente, como foi apresentado inapropriadamente como empecilho pela prefeitura”, ressaltou o secretário executivo da diretoria do CMCLS, João Mathias.

Desapontados, os conselheiros e o presidente Gerson Boldrini, acordaram em solicitar uma agenda com a prefeita Sirlene Svartz para ouvir da chefe do executivo qual será o comprometimento da gestão com a entidade, tanto em relação à posse, como aos demais aspectos da parceria, uma vez que esta se inicia demonstrando desentendimento do poder público para com a legitimidade da comunidade .

Até às 14h, desta quarta-feira (24) nenhum contato do poder público, no sentido de uma retratação com a entidade e seus representantes, havia sido manifestada.