Presença da comunidade foi satisfatória na II COEPE que planeja os próximos 5 anos da UFFS

Após avaliações e apontamentos dos participantes no debate sobre consolidação e expansão da UFFS, a sinalização é de que Direito, deve ser o próximo curso a ser implementado nos próximos cinco anos.

Consolidação, expansão da UFFS

Entidades, profissionais liberais e comunidade acadêmica da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), marcaram presença e participação nesta terça-feira (23), nos fóruns temáticos de cada eixo, realizados na primeira etapa da II COEPE – Conferência de Ensino, Pesquisa e Extensão, a fim de identificar os anseios e necessidades da região para os próximos cinco anos.

O fórum sobre Consolidação, expansão da UFFS, foi um dos mais movimentado nas opiniões, pois um dos itens nele abordados foi a abertura de novos cursos. A demanda é um anseio imediato, tanto do ponto de vista dos participantes externos, como do corpo docente da instituição, observando-se algumas recomendações. Há quem diga que é preciso solicitar cursos, visando o aproveitamento do corpo docente já existente. Há quem discorde, pois se ficar nas mesmas áreas afins, o risco de não interesse da comunidade, a exemplo de cursos que já registram baixa procura pode permanecer, e isto seria desfavorável para crescimento do campus. Por fim, os apontamentos de que cursos na área das Ciências Sociais Aplicadas, a exemplo de Direito, pode ser a melhor opção, tomando como base uma pesquisa apresentada pelo professor Vinicius Viana, que evidencia a demanda, e também que os alunos que hoje estudam fora, optariam pela UFFS, caso exista a oferta local.

Direitos Humanos e Cidadania.

O Fórum de Direitos Humanos e Cidadania, contou com a presença de diversificadas instituições sociais e teve uma exposição sobre o Observatório Social. Serviço desenvolvido por voluntários, que é vinculado ao Ministério Público e abrange a comarca de competência do órgão. Sua finalidade é observar e orientar os gestores públicos, fazendo apontamentos que facilitem, no sentido de acertarem nos procedimentos legais. De acordo com o expositor, embora o apoio social ao observatório seja motivador, o apoio financeiro não vem acontecendo, tornando a cada dia mais difícil mantê-lo ativo. A violência cotra a mulher também foi tema relevante nesse fórum, dado aos elevados índices registrados, sobretudo desde que se criou o Conselho da Mulher, que vem realizando um trabalho de conscientização, identificação e combate a essa violência. A professora Nádia  Terezinha Franco da Mota, responsável pelo núcleo de Direito Humanos no campus, disse que em relação a este tema, é preciso que seja realizada nas escolas uma semana que é  determinada por lei, sobre a Lei Maria da Penha, mas que ainda não está sendo implementada. “Só a educação pode equacionar a questão da violência. E a educação não se dá só na escola. Se dá na sociedade, nos movimentos sociais e demais ambientes de convivência”, disse a professora.

Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Agroecologia.

os debates sobre Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Agroecologia se encaminharam após uma exposição reflexiva do professor Elemar Cezimbra, que falou sobre a origem dos movimentos e conflitos pela terra, tanto no âmbito local, como nacional e internacional, ressaltando que o inchaço nas favelas brasileiras, aumenta proporcionalmente a não efetivação da Reforma Agrária. “O Paraná é o Estado brasileiro mais expressivo e também o mais conflituoso na conquista e disputa por terras.  Por uma razão simples. A reforma Agrária quebra a espinha dorsal da oligarquia atrasada. Quando se tem um pedaço de terra, por mais dificuldade que a pessoa esteja passando, ela pode se manter ali. Já se falando de latifúndios, quem domina as terras também domina os negócios urbanos…”, destacou o professor (não necessariamente nessa ordem), ao contextualizar os desafios contemporâneos na luta pela terra. A sistematização das ações e descentralização das atividades no setor da agroecologia, dando mais visibilidade ao tema, foram parte dos encaminhamentos.

Mobilidade Acadêmica e Internacionalização.

Muitas manifestações ainda, no fórum de Mobilidade Acadêmica e Internacionalização, assim como sobre Política Pública, Economia e Desenvolvimento Regional. Neste, iniciativas que ampliem e agreguem valor à produção local, a exemplo da produção leiteira, foram levantados. O expositor Gilberto Heizen, observou que quando se faz um comparativo com o desenvolvimento já alcançado pela região de Castro no Paraná, na região de Laranjeiras do Sul, é preciso 32 animais para produzir a mesma quantia de leite que 9,8 animais produzem em Castro. Sem falar do valor de travessia que se perde pelo fato do produto não ser processado na região. “Os compradores vem buscar o leite a R$ 0,80 e vendem a R$ 1,80 ou 1,90”, ressaltou.

A segunda etapa da II COEPE acontecerá dia 7 de junho, 19h, no bloco A da UFFS, quando serão debatidos os seguintes temas: Educação do Campo, Educação Popular e Democrática; Inclusão e Ações Afirmativas; Integração Acadêmica, Currículo e Interdisciplinaridade; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social; Interfaces Cidade-Campo-Universidade: Juventude e Vida Acadêmica.

 

 

 

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