Representantes de acampamentos e assentamentos de todo o Paraná participam do 32º Encontro Estadual do MST, em Porecatu

Avaliar as ações do último ano, analisar a conjuntura nacional e planejar passos futuros foram os pilares do Encontro Estadual do MST que reuniu mais mil representantes em Porecatu, região Norte do Estado do Paraná.

Desde a última quarta (4) até  sábado (7), representantes de assentamentos de todas as regiões do Paraná, que conta com 25 mil famílias entre acampados e assentados, participaram do Encontro Estadual do MST – Movimento Sem Terra, no Acampamento Herdeiros da Luta, em Porecatu, reunindo mais de mil dirigentes para avaliação das ações do último ano, análise da conjuntura política nacional e planejamento para o próximo período.

Dirigentes de acampamentos e assentamentos da região de Laranjeiras do Sul, Quedas e Rio Bonito do Iguaçu.

Para o dirigente estadual Laureci Leal o encontro foi  um momento de renovação de ânimo e  perspectivas para toda a militância do movimento. “Esse encontro foi importante para refletirmos o primeiro ano do governo fascista que exclui a possibilidade da Reforma Agrária e com ameaça inclusive, da extinção do próprio Incra, órgão responsável implementação dessas políticas de distribuição da Terra. Outro ponto é a resistência ativa que nos possibilita avançar nas contradições desse governo adversário que tem gerado milhares de  desempregados, ou seja, para os quais  o acesso a Terra por meio da Reforma Agrária, passa a ser a alternativa, com perspectiva dessas pessoas passarem a produzir alimentos saudáveis para si e para toda a sociedade que tem compreendido essa realidade, nos motivando a continuar com as ocupações e conquista de novos territórios”, ressaltou Laureci, observando a importância de toda a sociedade manifestar a insatisfação com os retrocessos e retirada de direitos, que vêm atingindo a todos.

O dirigente nacional, João pedro Stédile discorreu sobre as armadilhas do capitalismo que prega o individualismo, desumanizando  as pessoas e desinstrumentalizando-as para qualquer manifestação de insatisfação com as desigualdades e imposições que sofrem. ”

Mística retrata a Terra que representa a vida de todos.

Dentre os diversos assuntos debatidos, foi reforçado que não há no mundo país desenvolvido que não tenha feito a reforma agrária; os despejos realizados a partir da perspectiva fascista do governo Bolsonaro; e o combate da violência contra as Mulheres do campo e da cidade como ponto forte das ações futuras. Foram três dias de estudo e atividades diversas, como a realização de espaços auto organizados às mulheres e aos homens debatendo a superação do machismo e da violência contra a mulher, a juventude, as LGBT Sem Terra. Além disso, o Encontro marca o lançamento da Campanha Nacional de Reflorestamento do MST, cujo propósito é plantar 10 milhões de árvores nos próximos 10 anos”.

Almoço de confraternização no encerramento do evento.

Já são 11 anos de resistência no Acampamento Herdeiros da Luta, que abriga  250 famílias produzindo alimento saudável e preservando o meio ambiente. O encontro teve ainda a presença do empresário simpatizante Eduardo Moreira (engenheiro civil, ex-banqueiro, escritor, dramaturgo ), que se fez presente todos os dias, e que vem manifestando interesse em apoiar e defender o avanço da Reforma Agrária no Brasil, depois  de, por meio do escritor Jessé Souza, ter conhecido Stédile, que lhe indicou alguns acampamentos e assentamento para conhecer.

Na sequência, matérias exclusivas com Eduardo Moreira (apoiador do MST); Isabel Grein (do coletivo de mulheres do MST) e Diego Moreira, dirigente local e estadual dos acampamentos da Região Norte.

 

 

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