A implantação de uma delegacia específica, numa regional onde os índices de violência contra a mulher são altíssimos, tem sido cogitada, mas sem efeitos práticos, tem preocupado defensores da ideia a cada troca de governo.

O caso mais recente de violência contra a mulher, em Laranjeiras do Sul, ocorreu na tarde desta segunda-feira (18), quando ao se deparar com agressão verbal e física sofrida por uma jovem gravida, desferida por seu companheiro, outra mulher lhe prestou ajuda, sendo também ameaçada por ele. Ao levar a jovem até a delegacia e a acompanhando durante o relato ao profissional do turno, para o registro do Boletim de Ocorrência (BO), presenciou também a resistência deste, em formalizar a queixa, na 2ª SDP.

As duas mulheres ficaram sem ação, tendo que pedir socorro a uma advogada para que o mesmo aceitasse redigir o BO de ameaça a ajudante, enquanto ouviam do mesmo que a Lei Maria da Penha era uma aberração contra os homens e que os fatos relatados não configuravam agressão. “Gostaria que fosse registrado o quanto o atendimento é péssimo, desencoraja e assedia a mulher moralmente, fazendo-a se sentir culpada. O processo de passar pelo atendimento de homem é de dar raiva. Tentou convencer a vítima de que não sofreu ameaça do companheiro. Também demonstram despreparo na hora de enquadrar na Lei Maria da Penha, não querendo aceitar que a vítima tenha sofrido violência moral e psicológica”, relatou uma das mulheres que buscaram ajuda na delegacia.

Os altos índices de violência contra a mulher, tanto em Laranjeiras do Sul, como na região da Cantuquiriguaçu, já não são novidade e a cada caso o que se percebe é que passou da hora da região ter uma Delegacia da Mulher, tanto para atender os casos, como para preveni-los por meio de ações que podem ser desenvolvidas em parceria com diversas instituições.

É sabido ainda, que o pedido com repetidos abaixo-assinados da população foi encaminhado por diversas vezes pelo Conselho da Mulher de Laranjeiras do Sul. No entanto, a efetiva implantação a da referida Delegacia da Mulher segue dependendo, agora do novo governador Ratinho Júnior.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.