Seleção Brasileira: CBF, bom senso, e Tite

Diego Mendonça.Diego Mendonça Domingues é Engenheiro civil, formado pela Universidade Federal do Paraná. Pós-graduado em administração tributária e integrante do levante popular da juventude. Todas as quintas-feiras, publica sua coluna no Portal Comcafé.

A eliminação da Seleção Brasileira na Copa América testificou a incompetência da direção da Confederação Brasileira de Futebol para conseguir bons resultados dentro de campo. Fora dele não se sabe – ou pelo menos não se provou, até agora – se os critérios de convocação, táticas e estratégias de jogo, bem como resultados, são negociados ou não. É de se desconfiar, pois ser eliminado num jogo decisivo contra o Peru, seja com gol irregular ou não, é vergonhoso para o país do futebol.

Dunga nunca foi o nome mais indicado para assumir o comando da comissão técnica. Não precisa ser um grande entendedor de futebol para saber isso. O treinador ou não enxerga o jogo de maneira a realizar substituições durante a partida da melhor maneira possível ou simplesmente trocar o estilo de jogo, ou é teimoso o suficiente que só faz as trocas planejadas. Ou, ainda, se pode novamente desconfiar das negociatas entre grandes corporações validando a hipótese da corrupção. Mano Menezes talvez tenha sido ainda pior.

A crise na seleção brasileira nasce da crise no futebol brasileiro desde as categorias de base. O profissionalismo é um discurso falso, o qual serve apenas para empresários colocarem seus atletas em clubes de renome geralmente servindo de vitrine para o futebol estrangeiro – geralmente Europa, mas vale ressaltar as novas possibilidades asiáticas e norte-americanas. Os atletas não se comprometem mais com a amarelinha da forma como a qual se comprometiam antigamente, e muito pelo contrário, preferem atuar pelos clubes do que jogar pela sua seleção. O baixo nível técnico do campeonato brasileiro, que o faz parecer uma série B europeia, explica também as péssimas peças que são colocadas em campo nos jogos: na maioria das posições não há jogadores atuando aqui melhores do que os atuando fora.

Apontar os erros é o mais fácil. Difícil é apontar soluções. É necessário uma profunda reestruturação da CBF, e isso deve passar por dois grandes eixos. O primeiro, e que tem o dever de oxigenar o outro, é o aprofundamento das ações do Bom Senso F.C. O movimento por um futebol melhor para todos não pode se limitar às ações voltadas para dentro do país, mais precisamente colocadas para os clubes, e precisa organizar forças e pautar reivindicações no sentido de trazer novamente à história uma seleção que encha os olhos de lágrimas e o peito de alegria de cada cidadão brasileiro. Não é momento de negar a possibilidade da reestruturação. Del Nero, o presidente da CBF, precisa ter o Bom Senso F.C. como uma sombra que o impele a errar o mínimo possível.

Conjuntamente a isso, os principais clubes brasileiros precisam se emancipar da ditadura que a Globo os impõe e atuar como protagonistas de nosso futebol. Esse ponto é crucial para que a CBF não seja apenas uma articuladora de variações de valores de passes de atletas, mas uma confederação que lute pelo futebol. A mesma luta dos torcedores dos clubes, e dos próprios clubes nacionais – os quais também devem pressionar as federações estaduais.

Finalmente, Tite foi a melhor opção para treinador. O que se espera dele é nada menos do que assumir o controle do futebol na seleção brasileira e levar a equipe ao título mundial de 2018.

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