Tema da redação do Enem abordou os Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

“Será que eles são deficiente ou nós é que somos limitados por não compreendermos sua linguagem?” Observação da maestrina Priscilla Prueter, referindo-se à reflexão  sobre a participação de um grupo de estudantes surdos, em seu espetáculo Fronteiras, apresentado no último dia 28 de outubro em Laranjeiras do Sul.

Grupo de estudantes surdos, durante participação no espetáculo Fronteiras, sobre a orientação da interprete Fernanda Natalí Demichelli.

O Exame Nacional do Ensino Médio, cuja primeira etapa foi realizado neste domingo (05), surpreendeu estudantes com o nível de exigência, considerado fora da realidade dos oriundos da rede pública de ensino, de acordo com depoimentos a seguir. No entanto, o tema da redação foi considerado como tranquilo, aos entrevistados de Comcafe.

A intérprete de Libras Fernanda Natalí Demichelli, que e trabalho no Setor de Acessibilidade da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, Campus Laranjeiras do Sul, oconsiderou o tema do Enem uma oportunidade importante para dar visibilidade à comunidade surda, à Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, fomentar o debate sobre a educação dos surdos, ao mesmo tempo em que considera um desafio grande. “A educação dos surdos é um tema que precisa avançar bastante. Na prática, demanda ainda um olhar atencioso por parte do MEC e dirigentes para efetivar o que já está contemplado na legislação, ou seja, as políticas bilíngues, que respeitam e incluem o surdo de maneira efetiva”, defende Fernanda. Ela ressaltou que viu alguns comentários nas redes sociais, avaliando o tema como difícil e excludente. Mas acredita que muitos estudantes e professores convivem ou conhecem algum surdo que enfrenta diariamente esse desafio nas escolas inclusivas.

Para Bernardino Pereira Neto, 19, que realizou a prova na Escola Técnica, e já é universitário do curso de Administração em Guarapuava – com meia bolsa e pleiteia elevar a nota para conseguir uma bolsa integral – a prova não foi coerente com a educação pública. “A prova não estava coerente. Muito acima do que a gente aprende no ensino público”, disse Bernardino.

Estudantes Jordana e Letícia.

As opiniões das colegas Letícia Pichibes e Jordana Vailati, também se convergem em relação discrepância do nível de exigência pelo Ministério da Educação e o que é ofertado na escola. “Eu já imaginava que era difícil. Mas não que seria fora do conteúdo que eu estudo durante o ano. Bem fora do contexto”, disse Letícia, 17. “As questões fugiam daquilo que a gente aprende na escola”, disse Jordana. Já, o tema da redação, ambas disseram ter discorrido com facilidade.

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