Tirar as vendas para enxergar a alienação, foi a mensagem passada pelo TULS, durante performance natalina na Praça

“As mudanças na estrutura social e política só são possíveis através da arte” (Joseph Beuys, 1970).

Luzes que ofuscam foi a performance teatral apresentada pelo TULS – Teatro Unificado de Laranjeiras do Sul, na noite deste domingo (17), no palco da Praça José Nogueira do Amaral, por ocasião das comemorações natalinas, promovidas pela Prefeitura Municipal, que decorou a praça por de R$ 255 mil, pagos a uma empresa de Santa Tereza do Oeste, basicamente pela locação de objetos decorativos e mão de obra para colocação e remoção dos mesmos.

A performance

Ao som de Philip Glass (The Photographer Full Album), a encenação inicia com atrizes que interpretam seres alienados e vendados pela obsessão ao consumo e outros interesses da atualidade, andando como zumbis, em um ambiente domestico, sempre vidrados em seus celulares e sem interagirem entre si. de repente, começam a pôr uma mesa natalina, de forma mecânica, sem nenhuma demonstração de afetividade ou comunhão. Sentam-se, abrem a tradicional “champanhe”, pousam para uma selfie com sorrisos mecânicos e comem intercalando cada garfada com a interação virtual pelo celular, enquanto também vêm tv.  Surge a arte, que apesar de toda a sua gama de beleza, a começar pelo colorido e movimentos, se mostra exuberante e tenta atraí-los, mas em vão. Cabe-lhe, então tocá-los, e ainda sem sucesso, resta tocar diretamente no ponto enebriante, tirando as vendas de cada um (ao som de Até Quando Esperar – Plebe Rude), que demonstram incômodo com a claridade obtida, mas aos poucos vão abrindo mais os olhos e vendo que nos sousplats, que aparam os pratos de farta comida (usados geralmente em refeições especiais), estão escritas palavras desconfortantes e deselegantes, como uma denúncia do mundo ao redor. Então cada um mostra ao outro com espanto, as palavras fome, golpe, desperdício e despejo e dirigem se a frente, compartilhando a desagradável descoberta com o público (agora ao som de Milho aos Pombos, de Zé Geraldo). Estarrecidos, sem saber o que fazer com tantos problemas externos, dos quais não tinham conhecimento e com os quais não concordam, buscam uma solução que é trazida pela colorida Arte,  em cujo souplast exibe “ESPERANÇA”,  integrando-se a eles, que agarram a palavra como unica alternativa.

Atrizes

Leidy Gonçalves

Marli Roth

Mônica Laskoski

Serli  Ferreira de Andrade

Sonoplastia

Andrius Lucas Grudysz

Direção, figurino e cenário

Coletivo TULS

Fotografia

Thais Santos

Confira imagens da performance:

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