A exploração de cultivos florestais no Paraná vem ocupando uma posição de destaque no cenário nacional nos últimos anos, sendo o terceiro colocado em área plantada, com cerca 1,1 milhões de hectares. Segundo o Instituto de Florestas do Paraná (IFPR), que coordena o desenvolvimento de florestas plantadas de forma integrada com a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, o segmento é o terceiro item na pauta de exportações, perdendo apenas para a soja e carnes.

“Respondemos por cerca de 6% do Valor Bruto de Produção do Estado e, só em exportações, geramos mais de US$ 1,5 bilhão”, destaca o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Desde a criação do Instituto de Florestas, a pouco mais de dois anos, foi possível um maior planejamento de ações, com capacitação de técnicos e produtores, além da introdução de novas tecnologias de produção, opções de uso e oportunidade de negócios. “Assim vamos incorporando áreas pouco aptas para lavouras com o cultivo de árvores.”

Ação integrada

Na última década e meia, o Estado teve um aumento de 40% em sua base florestal, informa Benno Henrique Weigert Doetzer, diretor presidente do IFPR. “Este incremento incentivou grandes investimentos, como por exemplo o projeto Puma, uma expansão das atividades de Klabin, inaugurada no dia 28 de junho de 2016, em Ortigueira, na região dos Campos Gerais”, explica.

Numa ação conjunta, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/PR) desenvolve com a Klabin o Programa Regional de Promoção ao Cultivo Florestal Madeireiro, tendo como enfoque a agricultura familiar e o desenvolvimento rural sustentável. “Somos responsáveis pela execução de assistência técnica e extensão para um grupo de famílias rurais reassentadas pelo projeto”, explica Amauri Ferreira Pinto, coordenador Estadual de Produção Vegetal da Emater/PR.

Pioneiro

O Paraná, de maneira pioneira, adotou o entendimento que florestas plantadas com finalidade econômica deveriam ter o mesmo tratamento que os demais cultivos agrícolas, respeitando suas especificidades. As florestas que tem como objetivo a produção econômica estão sob a responsabilidade do Instituto de Florestas e aquelas com finalidade de conservação ambiental são acompanhadas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

“Uma das características da produção florestal no Estado é que ela é voltada para uso múltiplo”, explica Doetzer. Isto se deve a diversidade do parque industrial instalado, com indústrias que consomem madeira classificada como de processo (papel, celulose, placas), para desdobro (serrarias, molduras, portas), laminação (chapas e compensados) e energia. “Cabe ressaltar que praticamente toda a exploração florestal no Estado é baseada em florestas plantadas e não em florestas nativas, que cumprem sua função ambiental”.

Projeto Puma-Klabin envolve mil agricultores assistidos

O projeto Puma-Klabin envolve cerca de mil agricultores assistidos pela Emater/PR e que comercializam sua produção com a empresa. A maior parte (60%) cultiva pinus e os demais (40%) plantam eucaliptos, sendo ambos destinados para celulose e desdobro. “Trabalhamos desde a motivação dos agricultores, capacitação, georreferenciamento das áreas de plantio, até a distribuição de mudas e toda a assistência técnica”, informa Amauri Ferreira Pinto.

Dentro da parceria Emater-Klabin, nos últimos 20 anos foi implantada uma área de 18.500 hectares envolvendo 5.600 produtores. FONTE: Agência de Notícia do Paraná