Col. Laranjeiras do Sul, um exemplo de zelo, acolhida à comunidade e qualidade no ensino público

Para manter uma equipe de educadores com espírito engajado, comprometimento e pontualidade, o que é refletido no desenvolvimento dos alunos, é preciso dar o exemplo, explica a diretora Sirlei Moro.

Quem visitar o Colégio Estadual Laranjeiras do Sul por estes dias, ainda pode ver a exposição sobre a semana literária que aconteceu, entre os dias 25 e 29 de setembro, e desfrutar de detalhes  de primazia e capricho nos trabalhos expostos e a criatividade no formato das apresentações, o que denota a dedicação e profissionalismo da direção, corpo docente, demais servidores e alunos.

O Col. Laranjeiras, como é mais conhecido, tem esse nome relativamente há pouco tempo, mas é o berço da educação no município que completa 71 anos de emancipação no dia 30 de novembro. Sua fundação foi há 1001 anos, tendo o Professor Aluísio Maier, um austríaco visionário da educação, como primeiro diretor. Por esse motivo, antes do atual nome o colégio tinha o nome do referido diretor, que segue sendo homenageado, mas como escola municipal desmembrada da mesma estrutura do Col. Laranjeiras, que antes era compartilhada.

Galeria de arquivos históricos

Em 6º lugar no ranking do IDEB, dentre as 1.100 escolas estaduais do Paraná, o Col. Laranjeiras foi recentemente considerado o 3º colocado em boa gestão, o que rendeu à instituição um adicional de R$3 mil no orçamento. Mas para orgulho dos laranjeirenses o primeiro colocado foi o Colégio Vila Industrial, cujo público se diferencia no que tange a desafios de gestão, ficando o município com duas escolas referências em gestão.

Semana de Literatura

Ao falar em gestão, a Professora e diretora da instituição já por 15 anos e com mandato que vai até 2019, Sirlei Moro, fala sobre suas estratégias para manter um padrão de qualidade de ensino, assim como acolher a comunidade e obter o comprometimento de toda a equipe, em prol desses objetivos.

“Não é difícil porque temos um projeto político pedagógico próprio da escola, e o que perseguimos é segui-lo à risca. Aplicamos esse projeto e quando surgem situações que não estão previstas ali, decidimos pelo bom senso. A utilização do ambiente escolar pela comunidade, por exemplo, é um desses pontos. É claro que avaliamos o objetivo de cada projeto ou pedido de uso. Sendo para o bem da comunidade, acolhemos. Agora, há pedidos que não atendemos. Já pediram para usar em atividade de igreja e tivemos que dizer não”, explica a diretora, reforçando que, quanto à coesão da equipe, procura dar o exemplo e isso tem efeito reproduzido dos professores para os alunos. “Não é a toa que dizem que sou a primeira a chegar e a ultima a sair. De fato, o exemplo é o melhor método. Não há como exigir do outro o que você não fizer. Até porque me sinto muito bem na escola e acredito que se for o contrário, não dá para assumir tamanha responsabilidade”, afirma.

Projeto Vidrados em Poesia

A diretora diz que quanto ao uso da escola pela comunidade, tem uma visão de que é necessário abrir, embora muitas vezes não seja essa a orientação em âmbito estadual. Ela comenta que mantém o dialogo com a comunidade e conhece as pessoas com quem estabelece relações de confiança e de mão dupla, também recebendo importantes contribuições por conta desse estreitamento de laços.

Uma informação que Sirlei diz que não procede é que o Colégio que administra, com cerca de 600 alunos, seja elitizado. “Muitas pessoas tem a ideia de que o Col. Laranjeiras é elitizado. Isso é ilusório. Temos mutos alunos aqui, oriundo de famílias humildes e que não ficam para traz em rendimentos, pelo fato de que fazemos de tudo para que eles tenham as mesmas oportunidades. O que falta, seja em materiais e até mesmo estímulo, a escola se une para suprir. Dai quando se vê uma apresentação cultural por exemplo, onde todos estão bem apresentáveis e com desenvoltura, tem-se essa ideia. Mas os de origem mais carente também estão presentes na escola e se destacando nas apresentações. Nunca os deixamos de fora. Pelo contrário.”, ressalta Sirlei.

Outro destaque do Col. Laranjeiras é a abertura que se dá, a todas as iniciativas culturais, tanto das turmas e professores como as levadas pela comunidade. Lá ensaiam o grupo de dança do CTG Rincão Serrano e o grupo de teatro TULS –  Teatro de Laranjeiras do Sul, com peça em cartaz dentro da escola. Também há fanfarra, rodadas literárias e apresentações culturais diversas.

A biblioteca

Laura Bairros

Além do capricho observado nos corredores e saguão do colégio, a biblioteca está sempre em constantes readequações, visando atrair os alunos para o espaço que atualmente está cheio de almofadas espalhadas pelo chão sobre colchonetes, associando aconchego à leitura.

Cantinho da leitura na biblioteca

A professora Eliane Cezimbra leva seus alunos de Língua Portuguesa toda semana para uma leitura espontânea, durante uma de suas aulas. “Esse estímulo à leitura produz o encantamento. Naturalmente, o gosto pela leitura aumenta e estamos formando leitores que respondem a ao estímulo proporcionado”, disse Eliane.

“É uma experiência que abre a mente, além da gente sair um pouco das carteira, da sala de aula e vir para o cantinho dos livros, que nos aproxima deles, e é muito aconchegante”, diz Laura Bairros (12), da 7a A.

 

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