Durante a Festa de Bom Jesus, fiéis revelam milagres pelos quais agradecem

“As influências religiosas marcam a vida e a cultura de habitantes de povoados e cidades por todo o Brasil. São muitas as revelações de vidas pautadas pela fé, manifestadas durante a Festa de Bom Jesus, em Laranjeiras do Sul.”

Com a participação de um público perto de 7 mil pessoas, número de devotos e visitantes já tradicional, realizou-se na última quinta-feira (06), a 52ª edição da festa religiosa em homenagem ao Bom Jesus, na Comunidade de Campo Mendes, em Laranjeiras do Sul.

Vista da Igreja de Bom Jesus de Iguape. Local arborizado, ideal para piquenique ao ar livre.
Vista da Igreja de Bom Jesus de Iguape. Local arborizado, ideal para piquenique ao ar livre.

Como é de costume na região, muitos devotos seguem a pé pelas margens da BR 277, seguindo de vários pontos do entorno, até a igreja, passando pela gruta com imagem do santo (ladeado por cofres onde os fiéis colocam contribuições em dinheiro) e espaço para acender velas e anexar imagens de pessoas pelas quais familiares pedem bênçãos.

São muitas as histórias de superação e milagres que os milhares de religiosos que visitam o local, por ocasião do dia comemorativo, dizem ter alcançado. Ao mesmo tempo que a comunidade se organiza e contribui voluntariamente, pois além de agradecer e pedir ajuda ao santo, as pessoas também consomem produtos alimentícios, principalmente o tradicional churrasco que é servido durante o almoço.

Gruta com imagem de Bom Jesus de Iguape.
Gruta com imagem de Bom Jesus de Iguape.

Lídia Bertini, conta que há 34 anos cumpre com a promessa por ter pedido e recebido auxílio divino, no momento em que seu filho, hoje com 35 anos, sofreu uma crise respiratória e ela o viu perdendo a vida por falta de ar, devido a doença Crup. “Eu me ajoelhei e pedi ao Bom Jesus que devolvesse a vida do meu filho. Ela já estava parando de respirar. Ele sobreviveu e me sinto no dever de agradecer”, conta a mãe que vem todos os anos do local onde mora, Rio Tapera, a pé, caminhando por 8 km.

Outra fiel, Ana Oliveira (71), dirigiu-se de joelhos por cerca de 50 metros, até a gruta, onde chegou e permaneceu por mais de meia hora, fazendo orações. Ela contou que há cinco anos, começou a frequentar a festa, pois sofria de uma alergia não identificada que a fazia ficar sem voz, por vários dias.  “Eu sofria muito, queria falar com meu marido, explicar as coisas para ele, e não conseguia. Tomava muitos medicamentos e nada resolvia. Era agoniante não poder falar”, disse dona Ana, garantindo ter recuperado a vós, depois de pedir socorro ao santo.

Religiosa Ana Oliveira, faz penitência para agradecer milagre que diz ter recebido.
Religiosa Ana Oliveira, faz penitência para agradecer milagre que diz ter recebido.

Outro fiel que veio de Cascavel, Valdir de Lara, disse que não havia feito nenhum pedido em especial, mas que considera a vida um milagre. Ele contou que recebe muitos benefícios que considera serem obras divinas e por isso se sente na obrigação de agradecer. “A vida em si é um milagre, né. Sinto uma ligação muito forte com o que é sagrado. Não importa qual é o santo. O que importa é a felicidade que a gente sente por estar bem, com boa saúde”, acredita.

Para sua realização, a festa que revela a influência da religião no cotidiano dos moradores locais e de outras cidades, que percorrem longos trechos para participar, conta com apoio de muitas instituições privadas e também poder público. Inclusive com suporte da Polícia Rodoviária, que monitora o trecho da BR 277, pelo qual um grande número de fiéis percorre a pé, para evitar excesso de velocidade e acidentes.

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