Embora exija paciência após o plantio, uma vez que a 1ª poda só ocorre depois de três anos, produtores dizem que o cultivo de erva-mate se confirma lucrativo, pois tem mercado certo e bons preços nos anos subsequentes.

Escondidinho com MateSpresso de laranja, sem filtro, elaborado por barista.
Escondidinho com MateSpresso de laranja, sem filtro, elaborado por barista.

Com centenas de indústrias no Brasil, Paraguai e Argentina, o cultivo e comercialização da erva-mate, de acordo com produtores, tem se mostrado promissor com público consumidor crescente, devido a utilização em bebidas energéticas e composição com outros sabores, em todo o mundo.

Há 40 anos, plantando e industrializando erva-mate, sendo a principal referência na região, a família Somensi, de Laranjeiras do Sul, diz se tratar de um cultivo em grande expansão. “Como produtor, digo que não tem erro. É só cuidar do plantio e aguardar o tempo certo para a poda. Já como industrial, digo que existem as diferenças de qualidade do produto, mas a regra é a mesma. Tem que resistir a ansiedade de lucrar rapidamente e focar na estabilidade do produto”, comenta Ademir Somensi, um dos sócios da Erva-mate Laranjeiras, que lançou recentemente, o Matespresso, para ser servido em cafeterias e pubs, além de poder ser preparado em casa, utilizando a mesma maquina doméstica que se usa para o preparo de cafés spressos – para quem tem o hábito de se divertir com experiências “gourmet” – em casa.

Produção industrial de erva-mate e chá.
Produção industrial de erva-mate e chá.

De acordo com Somensi, Assim como muitos produtores não esperam completar um ano entre uma poda e outra -colhendo brotos da erva, o que caracteriza gosto amargo e aspecto atípico do produto – há casos em que se adiciona açúcar para mascarar o sabor, provocando, segundo ele, dois problemas de saúde pública. “Quem não tem Diabetes, pode adquirir. E quem tem, acentua o problema”, considera.

Condições da região

Ademir Somensi - produtor e industrial do ramo da erva-mate (na foto, erva-mate em fase de poda).
Ademir Somensi – produtor e industrial do ramo da erva-mate (na foto, erva-mate em fase de poda).

O solo e clima na região Centro-Oeste do Paraná, de acordo com Paulo Mayer – Engenheiro Agrônomo, professor da UFFS, e produtor de mudas de erva-mate – são compatíveis para o plantio, embora o calor exija cuidados específicos, até que o transplante da muda seja concluído. “Se não fizer o manejo adequado, em função do calor, é possível que o produtor sofra uma perda grande das mudas. Mas para isso, existem técnicas que resolvem”, diz o Agrônomo.

Paulo Mayer confirma as informações de Somensi sobre demanda do produto, observando que nos últimos 30 anos a erva-mate perdeu espaço para o cultivo da soja. Ele diz que espécies nativas de boa qualidade são as mais indicadas para a região, “que é privilegiada por materiais genéticos muito bons”, ressalta.

Paulo Mayer - Engenheiro Agrônomo e produtor de mudas de erva-mate (na foto, mostra erva-mate transplantada em área com sombreamento).
Paulo Mayer – Engenheiro Agrônomo e produtor de mudas de erva-mate (na foto, mostra erva-mate transplantada em área com sombreamento).

“A erva-mate é um cultivo de sub-bosque, que exige sombreamento no primeiro ano, e pouca densidade de plantação por espaço. Mas é possível conciliar com outras culturas enquanto se desenvolve”, diz Mayer, acrescentando que das 20 espécies catalogadas, tem preferência pelo cultivo da Cambona, além de outras espécies nativas.Ainda de acordo com os produtores e técnico, a produção de Erva mate se estabiliza após 12 anos do plantio, rendendo até R$ 12mil por Alqueire/ano, e é adequada para o Sistema Agroflorestal (SAF), que é a reconstrução de florestas com biodiversidade. O plantio deve ser feito no inverno, com umidade e sombreamento, e a colheita/poda, entre os meses de maio a setembro.

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