FAMILIA – Por Marcio Martins

BANANADA DE EINSTEIN é a coluna semanal de Marcio Martins para Comcafé. Ele é Dr. em Ciência da Educação, membro da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNP) e ativista cultural, dentre outras vivências e formações.

O  verdadeiro sentido de família não está na união? Pode-se quebrar o pau, rufar o cacete, armar o barraco – elegantemente ter e discutir todas as diferenças de ideias, de pessoas, medidas, dívidas e cobranças, mas mesmo assim “família”, e “se mexeu com um” a confusão está feito, por consequência  todos por um!

Lindo e maravilhoso, mas o cotidiano por vezes  não parece todo essa beleza, por que há menos todos por um do que se imagina, assustador são as discussões , clássicas (e é quase um Corinthians X palmeiras de domingo a tarde) são as redundâncias de deslizes e defeitos no coração da família.

Provocações, fofocas, verdades doloridas, brincadeiras também e ali firmes e fortes na permanência lado a lado, ou diria no circulo vicioso de basicamente repetir as peripécias, “porque seu marido é isso”, “porque seu filho se fosse meu”, “porque eu ajudo”, “porque se fosse lá em casa” e a novela se estende até os confins da caverna de Platão, porque vê-se somente a sombra e tem-se medo de sair do escuro e abandonar aquele estado, mesmo como com as sombras sendo mostrengas… E como encarar a saída da caverna, de  dentro para fora, de forma transformadora?

Usar o mito da caverna me fez pensar em nosso estado – de resistência para sair da inércia, mudar hábitos, fazer valer o poder humano, as orações para ser melhor, fazer valer tanta tecnologia e informação, e por fim fazer fazer a sentido de união, agora podendo chamar como sinônimo de família.

Paulo Leminski, poeta paranaense em uma das suas poesias destaca que os problemas não vêm sozinhos, eles (os problemas) têm família grande, e não é aqueles da TV (faz de conta),  a big família, e nem muito menos descrito impecavelmente por Nelson Rodrigues da “vida como ela é”, pois o kit vem completo, tem irmãos, tias, sobrinhos, netas, e todos novos cúmplices da mesmas redundâncias dos que se merecem, da arte imitando a vida, numa única tentativa de união, isso tudo se chamando família.

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