Festas

Diego Mendonça Domingues é Engenheiro civil, formado pela Universidade Federal do Paraná. Pós-graduado em administração tributária e integrante do levante popular da juventude e publica sua coluna semanal, no Portal Comcafé.

Para muitas famílias o Natal e o Ano-Novo são sinônimos de aproximação. Restabelecimento de contato. Momento de matar as saudades dos parentes e amigos distantes, hora de relembrar histórias antigas, contar anedotas e, principalmente se reconhecer dentro de uma estrutura social.

Para outros, as datas pouco significam, dado que as suas condições não são transformadas, ou, pior, são modificadas para pior nessas épocas, pois não se sentem reconhecidos pelo sistema, ou realmente não são.

São realidades.

As realidades que a vida nos coloca, ou, talvez melhor, que nós colocamos à vida são tensas. Quaisquer mudanças de limites podem significar o fracasso ou o sucesso em determinadas fases. Mas existe um fio contínuo, uma realidade não transitória, para cada indivíduo, e isso se chama vida.

Existimos.

Apesar da ideia do existencialismo cartesiano presente nessa afirmação o que se quer colocar aqui é que a realidade primeira é a mesma para todos, mediada por questões estruturais e também abstratas. Com isso gera-se a ideia da justiça. Pois o direito fundamental, a vida, é direito de todos.

Falácia.

A realidade antagônica desse pressuposto está justamente na guerra. Não apenas na guerra da TV a qual possa parecer distante, mas na guerra travada diariamente na exploração do homem sobre o homem. Se é que nós podemos chamar de seres humanos quem estamos assistindo atônitos a morte pela fome ao redor do mundo, pela sede, pela disputa territorial de espaços estratégicos e pelo terrorismo de cada jornada diária.

Até que ponto podemos celebrar a realidade pacífica de nosso país enquanto a Síria é destruída, pensaria o menos atento. Realidade pacífica? Realidade da morte dentro do tráfico. Realidade da morte de policiais em troca de tiros. Realidade brasileira.

Que o ano-novo possa levar do Natal a paz para toda a Terra.

E durante o mês de Janeiro este escritor estará gozando de férias. Feliz ano novo a todos!

 

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.