Historiadora de Virmond lança livro sobre a construção identitária polonesa

A obra de 219 páginas levou duas décadas de pesquisa e trata da colonização e relação com a Igreja católica da Colônia Amola Faca, de Virmond, de imigrantes poloneses, fundada no início do século XX.

Selma Pszdzimirski Viechnieski.

Tensões na Construção Identitária Polonesa, o Caso da Colônia Amola Faca/Virmond – PR, é o título da obra recém lançada pela historiadora e professora Selma Antônia Pszdzimirski Viechnieski, pela Editora Fi, por meio de live, em função da pandemia.

De acordo com a escritora, a obra é fruto de duas décadas de pesquisa sobre a construção identitária polonesa que é o tema gerador de sua pesquisa, que desenvolveu um estudo sobre a constituição de Virmond, uma colônia de imigrantes poloneses, fundada no início do século XX.

A obra aborda as possíveis relações entre a Igreja Católica e a formação identitária, e como essa relação teria marcado a vida dos moradores, estabelecendo práticas e saberes. De acordo com Selma, para essa compreensão há necessidade de estabelecer conexões com as mudanças ocorridas no interior da Igreja Católica naquele momento, de caráter global, conhecidas como romanização do catolicismo, e também as mudanças em nível nacional, com a busca da afirmação da igreja católica no Brasil. “A religiosidade presente entre os imigrantes, com o desejo da continuidade de exercer sua fé vai estar presentes no lar, na escola e na comunidade como um todo”, diz Selma, ao referir-se à colonização dos imigrantes abordando questões como identidades individuais e coletivas, permanências e mudanças, e a construção da memória. “Através de entrevistas com os imigrantes poloneses e seus descendentes (história oral) e ainda pela utilização de publicações da época pode-se perceber que a fé católica, a nacionalidade, o desejo de construir uma nova vida com a manutenção da polonidade se constituem nos laços que estruturam a identidade da colônia. O conceito de identidade perpassa a análise de todas as questões propostas”, destaca.

Sobre a experiência de fazer um lançamento digital, Selma disse que foi um desafio enorme. “Pensei e repensei muito antes de fazer, mas achei que essa era minha responsabilidade. Essa quarentena imposta pela pandemia está nos fazendo repensar muitas práticas e nos possibilitando novas experiências sem dúvida”, comenta.
“Eu gosto de pessoas, de estar próximo, de interagir com o público. E gosto de me envolver desde a organização do evento, a decoração, os convidados, a mesa, o frio na barriga em cada momento, o olhar e a interação do público durante… acho que a escola me proporcionou muito disso. Além de que se você começa a conversar com as pessoas antes, se descontrai e age com maior naturalidade” avalia a autora referindo-se ainda a mecanicidade da interação com o público por meio de equipamentos eletrônicos “Falar para uma máquina”, para quem não é acostumado, te prende, te deixa nervosa… é muito mecânico. Termina, ninguém vem te dar um abraço, você não vai tirar fotos… Fiz a apresentação de pantufas, senti falta até de meu salto, rsrs”, comenta.

Selma disse ainda que na live não teve muitos acessos no momento, como teria se fosse ao vivo, mas que o link está disponível e continua sendo acessado, esse é o ponto positivo do meio digital, pode ser assistido a qualquer momento. “Quanto a interação no momento não houve, mas aí foi um problema técnico nosso, não observamos e ficou com indicativa para criança, não permitindo que as pessoas enviassem mensagens, curtissem… as pessoas estavam enviando mensagem no privado, mas aí não era mais possível mudar. Essa foi uma falha por falta de prática com a tecnologia mesmo, mais um aprendizado”, disse. “Depois da live e ainda agora estou recebendo mensagens, sejam de carinho, de troca de informações por outros estudiosos do tema, questionamentos diversos. Essa troca de saber é muito legal”, completa.

Onde se pode ser adquirido o livro
A obra pode ser adquirida no site da editora, www.editorafi.org esse endereço vai para o catálogo geral, já este outro vai direto para o livro https://www.editorafi.org/803polonesa . Há duas formas de se obter o livro, baixar gratuitamente em PDF ou comprar o livro (R$ 52,00 + frete). De acordo com a autora, a Editora Fi, é especializada em publicações científicas, e não tem fins lucrativos, seu objetivo é difundir a cultura. “Por isso pode ser baixado gratuitamente, o o custo do livro é somente de impressão mesmo, são 219 páginas e impressões individuais são diferentes de quando se faz uma tiragem. Assim também o autor não tem fins lucrativos. Trata-se de uma parceria importante na circulação do conhecimento”. conclui.

Biografia da autora

Nascida em Virmond, na Antiga Colônia Amola Faca, onde viveu até a fase adulta, Selma Antonia Pszdzimirski Viechnieski graduou-se em História pela UNICENTRO em 1995), e em Pedagogia (UCB – 2009). Especialista em Interdisciplinaridade em Educação (UNIBEM – 1998), Gestão Escolar (UNICENTRO – 2011) e História, Arte e Cultura pela (UEPG – 2013). Mestre em História (UEPG – 2017). E#m 1998, lançou seu primeiro livro, intitulado Virmond – Colonização e Desenvolvimento, pelo CESLA – Centro de Estudos Latino-Americanos – Universidade de Varsóvia. Polônia, e mais recentemente, em 2020, Tensões na Construção Identitária Polonesa, o Caso da Colônia Amola Faca/Virmond – PR, pela Editora Fi.

 

 

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